Nevoeiro cerebral

Gregório José

 

Pesquisa divulgada pela Rede Saras de Hospitais de Reabilitação em junho de 2022 ganhou grande destaque esta semana por ser divulgado na base de dados da organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os casos de “nevoeiro cerebral” em mulheres após infecção do coronavírus. E o mais alarmante, em mulheres com escolaridade alta.

Estes sintomas foram notados após avaliação de um corpus de 614 adultos sem sintomas de depressão ou sinais de demência.

Os dados apontam que as mulheres diagnosticadas com esta névoa cerebral apresentaram sensação de confusão mental; dificuldade de concentração; falta de clareza mental; dificuldade em lembrar coisas; perda de memória de curto prazo e desorientação.

Os estudos apontaram que a sensação de letargia ou fadiga associada à dificuldade em tomar decisões ficaram visíveis em alguns casos.

Embora pouco propalada a doença é diagnosticada quando a pessoa esquece situações momentâneas como ir à cozinha e esquecer o que estava indo fazer; chegar em determinado local e ficar pensando o que ocorre e qual motivo de estar ali e, muitas vezes, ao ler um livro, chegar ao final da página não saber do que se tratava e ter que reler tudo novamente.

Do universo pesquisado pela rede 73% que apresentaram sinais de névoa cerebral eram mulheres e com vida profissional ativa e, cerca de 89% tinham nível superior de ensino.

Com isso é necessário que novos estudos possam ser feitos com paciente que foram contaminados com vírus SarS-Cov-2 que causa a Covid-19 e por qual motivo ele atinge o cérebro de maneira diferente em algumas pessoas enquanto outras passam incólumes pelo problema.

A névoa cerebral acomete pacientes com Esclerose Múltipla (EM), mas no caso da avaliação feita, nenhum paciente apresentava qualquer sintoma antes de contrair a doença e, portanto, é cedo para dizer que a Covid-19 pode levar EM a mulheres.

O estudo não é deste ano e já foi divulgado anteriormente, mas, somente agora apresentou interesse porque a OMS publicou o levantamento e pretende, com isso, que mais pesquisadores, em outros locais do mundo possam buscar respostas ainda nebulosas a respeito de efeitos da Covid-19 nos seres humanos.

 

 

_____

Gregório José, jornalista, radialista, filósofo

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima