Gregório José
A Serasa divulgou na semana passada o Mapa do Endividamento do brasileiro no mês de junho de 2023. Segundo a Serasa, 450 mil inadimplentes conseguiram saldar seus débitos e, com a entrada em vigor do “Desenrola Brasil” é possível que o número caia ainda mais em julho, uma vez que a possibilidade de quitar ou negociar as dívidas com as instituições bancárias vai restabelecer o crédito para dezenas de milhares de devedores.
Pessoas com idade entre 41 e 60 anos de idade são o que ocupam maior percentual com nome restrito. Aqueles cidadãos com idade entre 26 a 40 anos correspondem a 34,7% do total de inadimplentes. Uma faixa preocupante dentro do levantamento está com aqueles com mais de 60 anos de idade que representam 18,1% das pessoas com “nome sujo na praça”.
Segundo o levantamento da Serasa, o valor médio de cada acordo gira em torno R$ 873,60, enquanto o valor médio da dívida é de R$ 4.846 (aí incluindo juros e correção monetária). Com os acordos para regate do nome e a possibilidade de voltarem a comprar a prazo é possível vislumbrar um aumento de consumo nos meses de setembro e outubro.
Na região Norte, o Amapá é o que tem maior percentual de inadimplentes com mais de 52,72% das pessoas adultas. Amazonas, Roraima e Tocantins veem em seguida com 52,20%; 49,23% e 45,5%, respectivamente.
No Centro-Oeste o maior número de inadimplentes está no Distrito federal com 52,05%. No Nordeste os maiores devedores são os pernambucanos (46,19%) e cearenses (45,5%).
Na região Sul os maiores devedores são os paranaenses (42%) seguidos de gaúchos e catarinenses.
Na região Sudeste, cariocas (52,8%) e paulistanos (45,6%) são os maiores devedores. Os mineiros chegam a 39,4% dos inadimplentes.
Os maiores credores dos atuais inadimplentes brasileiros são bancos e incorporadoras de cartões de crédito (31.13%) enquanto serviços básicos como água, energia e gás endividam 22,07% dos brasileiros. Devedores do comércio varejista são 11,44% na atualidade.
Com o Resgata Brasil, num primeiro momento, cairá o índice de devedores, mas o começo de 2024 mostrará uma realidade adversa da atual. Com o nome sem restrições e o comércio precisando vender, a oferta será maior, mas o resultado poderá ser desastroso para quem não consegue frear o consumismo.
Gregório José, jornalista, radialista, filósofo