Gregório José
Tempos atrás conheci um advogado e contador dinâmico e feliz, animado com a vida e com o viver. Ia na praia três a quatro vezes ao ano, passeava com a esposa e os filhos e, vivia se reunindo e encontrando com os amigos de clube e de maçonaria.
Também era membro ativo de conselhos deliberativos de clubes, vivia assistindo a partidas do time de coração e ainda encontrava tempo para ir a partidas amadoras de futebol e futsal.
Vivia ajudando e estendendo as mãos a quem precisava e, não perdia uma festinha ou encontro social das sextas-feiras.
De repente tudo mudou. Não gostava de presenças, achava ruim e ficava chateado em ter que viajar com os familiares. Se estava numa festa queria voltar para casa e ficar isolado, só, triste.
Nem mesmo as partidas de futebol na televisão o atraia mais e, pra piorar, um filho saiu de casa para outro estado e as duas filhas se ajeitaram na vida e também deixaram a residência.
Ele talvez tenha sentido a síndrome do “ninho vazio”, mas migrou para uma depressão profunda e, como é homem, não podia e não se dava ao luxo de buscar ajudar e tratamento médico/clínico. Ainda mais sendo homem.
Entendendo um pouco mais sobre esta doença e analisando o que ocorreu com este amigo advogado e contador é possível notar que muitas pessoas, homens e mulheres, sentem-se neste mesmo caso e cada vez mais grave e assustador. Afinal, as pessoas estão se isolando dentro de seus próprios lares. Deixam de conversar, de sorrir, de contar piadas juntos. De ouvir música e filmes que lhes interessa.
Os celulares conectados acabam levando as pessoas ao isolamento social, ao convívio precário e ao abandono mesmo em família. Resultado? Anedonia.
Como sair dessa? Boa alimentação, atividade física constante, sono regular e momentos de lazer sempre na companhia de pessoas agradáveis, animadas e dos familiares. Visite os amigos, passeie na casa da família, ande.
Homens e mulheres apáticos, não tenham medo. Procurem ajuda. Fale com seu clínico e entenda o que ocorre com estas faltas de vontades comuns no dia de hoje.
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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo