Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho
A origem da palavra asma vem do grego e significa pouco fôlego; falta de ar; asma é uma doença que mais interesse desperta na atualidade, a prevalência de asma no mundo oscila entre 5 a 10 % da população geral sendo ainda mais frequente na população infantil.
Atualmente é definida como uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual células inflamatórias tem importância fundamental na fisiologia da doença.
Nos indivíduos asmáticos, este processo inflamatório das vias aéreas causa episódios recorrentes da falta de ar, chiado no peito e tosse, principalmente noturna e no início da manhã. Estes sinais e sintomas são causados pela inflamação crônica das vias aéreas, que leva a obstrução da passagem de ar pelos brônquios.
A prevalência de asma vem aumentando gradativamente desde a década de 80, fato notado em vários países do mundo; trabalhos científicos têm mostrado um excesso de risco de morte por asma.
O aparente paradoxo do aumento da mortalidade por asma, frente aos avanços no conhecimento da sua fisiopatogenia e das novas modalidades de tratamento, é um fenômeno preocupante e até certo ponto compreendido.
A explicação seria o reflexo da maior concentração de habitantes nas grandes cidades, em ambientes poluídos e contaminados, com maior número de fatores causais, predisponentes, desencadeantes e fatores favorecedores.
Os fatores causais mais importantes são os alérgenos inalados, que sensibilizam as vias aéreas e podem causar asma. Entre eles destacam-se os ácaros da poeira doméstica, denominados dermatofagóides pelo fato de reproduzirem-se e alimentarem-se de restos celulares da pele humana; seus excrementos são alérgenos potentíssimos que se misturam a poeira doméstica e facilmente atingem as vias aéreas causando asma em indivíduos susceptíveis, outros agentes causais são polens de gramíneas, pelos de cão e gato, fungos, agentes químicos, inseticidas e fumaça.
O fator predisponente mais importante é a alergia cuja prevalência na população geral oscila entre 30 a 40 %, entretanto nem todos os alérgicos são asmáticos, mas 90 % dos asmáticos são alérgicos.
Nos fatores favorecedores, destacam-se a poluição ambiental, as infecções virais e o tabagismo.
Nos fatores desencadeantes destacam-se a mudança do tempo, o ar frio, o stress emocional, o exercício físico e o uso de determinadas medicações como, por exemplo, o Ácido Acetil Salicílico (A.A.S).
Na verdade, ainda não é possível afirmar se a asma é uma doença única ou uma síndrome clínica. Existe certamente uma predisposição genética, ligada a uma herança poligênica, que estaria provavelmente englobada na Atopia.
O processo de sensibilização pelo contato com alérgenos representa a primeira etapa para o desenvolvimento da asma.
As células da mucosa brônquica quando em contato com substâncias alergênicas, produzem reações mediadas por células inflamatórias que levam ao processo inflamatório obstruindo as vias aéreas.
Estas obstruções são totais ou parcialmente reversíveis com o uso de medicação do tipo broncodilatadores e anti-inflamatórios.
O diagnóstico da asma baseia-se principalmente nas histórias clínicas, no exame físico, nas provas de função pulmonar, nos testes alérgicos. Os outros exames como: Raio X de Tórax e RX dos Seios da Face, são úteis nos diagnósticos diferenciais.
A classificação da gravidade de asma é baseada na frequência dos sintomas, na necessidade diária do uso de medicação e nas alterações da função pulmonar, classificando-se em asma intermitente, asma leve, moderada, grave e asma grave de difícil controle. Esta classificação é importantíssima para a orientação terapêutica a seguir.
A asma, por ser uma doença crônica, não existe no momento tratamento curativo efetivo, mas existe medicação de alivio e prevenção que melhoram os sintomas, evitam o agravamento e controlam a doença, oferecendo uma boa qualidade de vida aos portadores de asma.
Como prevenir: Os indivíduos asmáticos devem evitar os alérgenos respiratórios, como por exemplo: ácaros, poeira doméstica, lugares com fungos e mofos, pelos de cão e gato, polens de gramíneas, perfumes, inseticidas, não devem fumar, devem evitar bebidas alcoólicas, trocar a roupa de cama a cada 03 dias, encapar o colchão e o travesseiro com material plástico, manter o domicílio e principalmente o dormitório bem arejado, lavar semanalmente com água e sabão ou soluções acaricidas as paredes e o chão do dormitório, não usar material ou tapetes que acumulem poeira, evitar condimentos e alimentos em conserva, fazer exercícios 3 vezes na semana e seguir corretamente a instrução que o médico orientou quanto ao uso da medicação de alívio e a medicação preventiva, no caso de aumento do chiado no peito e piora da falta de ar,que não melhora com medicações de crise, devem prontamente procurar os serviços de atendimento de emergência para avaliação da gravidade da crise e medicação de emergência.
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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico, especialista em pulmão