Alergia ao látex

Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho

 

 

Com mais de 35 anos de experiência tratando pacientes atópicos, uma alergia em especial chama atenção devido ao gradativo aumento da incidência, quadro clinico com sinais e sintomas variados, desde dermatite atópica localizada, urticárias generalizadas, angioedemas, edema de mucosa, broncoespasmos, edema de glote, manifestações gastrointestinais, reações cruzadas com vários alimentos, dificuldade de controle medicamentoso, risco de choque anafilático, morte e ausência de política de saúde no Brasil para subsídio de um tratamento mais eficaz feito com Omalizumabe medicação que bloqueia a imunoglobulina-E livre no sangue e impede a Reação Alérgica; oferecendo ao paciente alérgico ao látex, ou seja, a borracha natural, uma boa qualidade de vida.

A medicação feita por engenharia genética, anti – IgE (anti-imunoglobulina E) no Brasil somente é, na maioria das vezes, utilizada para o tratamento da Asma Moderada e Grave de difícil controle, sendo que, nos Estados Unidos e Europa, é utilizada regularmente a mais de 20 anos para o tratamento de outras alergias graves, inclusive alergia ao látex; apresentando bons resultados.

A preocupação com este tipo de alergia é universal, tendo em vista que a borracha natural é de uso comum e rotineiro nas atividades domésticas, empresariais e principalmente na área da saúde, devido à necessidade de luvas, sondas, preservativos, vestimentas e até o presente momento sem substitutos às suas qualidades e virtudes como flexibilidade, alta sensibilidade tátil, isolante e proteção de doenças sexualmente transmissíveis.

O diagnóstico é feito pela História clínica, exames físicos e exames laboratoriais, como por exemplo, o teste alérgico cutâneo e os testes sorológicos específicos para IgE.

O tratamento consiste em evitar o contato, o que é muito difícil, devido a utilização da borracha natural no dia-a-dia e seu conjunto de reações cruzadas com alimentos vegetais, tais como: mandioca, manga, banana, abacate, frutas cítricas e outros. A terapêutica medicamentosa baseia-se na utilização de anti-histamínicos, corticosteroides, anti leucotrienos, imunoterapia especifica, medicação de emergência no choque anafilático e na indicação precisa do bloqueador de IgE, por tempo prolongado.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico piracicabano.

 

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