Cuidados – Hipertensão é precursora  controlável de doenças graves

Cardiologista Eduardo Nicolela Crédito: Divulgação

 

 

Os números assustam: “60% das pessoas acima dos 60 anos serão hipertensas”, alerta o cardiologista da Santa Casa de Piracicaba, Eduardo Nicolela, que complementa: “a incidência é muito elevada”. Só no Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população de 60 anos ou mais representava 14,7% dos residentes no País até 2021, ou seja, 31,23 milhões de pessoas. No Dia Nacional de Combate a Hipertensão, neste 26 de abril, o alerta fica para a prevenção.

A hipertensão, segundo Nicolela, aumenta significativamente o risco de doenças cardíacas, cerebrais e renais e é uma das principais causas de morte em todo o mundo. “É uma doença de fácil diagnóstico, pois depende de uma boa aferição da pressão, que pode ser realizada em consultório médico ou até mesmo em casa”, alerta o médico ao dizer ainda que, o grande problema é que a hipertensão pode não apresentar sintomas e a pessoa demora para procurar atendimento médico e iniciar o tratamento.

De acordo com o especialista, a hipertensão está classificada em primária e secundaria. “A primária é de causa desconhecida, caracterizada por uma redução do calibre das artérias e, consequentemente, uma elevação dos níveis da pressão arterial, com grande apelo hereditário. A secundária é causada por alguma anormalidade no organismo, como lesões renais, tumores ou redução do calibre da aorta, por exemplo”.

 

E se a pressão arterial está nas alturas, o descontrole no organismo é certo. Por conta dessa ação e reação, a hipertensão, segundo Nicolela, é precursora controlável de diversas doenças graves como acidentes vasculares cerebrais e todas as suas implicações, infarto, insuficiência cardíaca, síndromes aórticas, arritmias cardíacas  fibrilação atrial, doenças renais e vasculares entre outras.

 

“A hipertensão pode levar à morte. Pode ser de forma crônica e lentamente; ou pode ser aguda, na vigência de uma crise hipertensiva, em que ocorre a subida muito rápida dos níveis pressóricos, causando um AVC hemorrágico ou uma dissecção aórtica, que são duas patologias de alta mortalidade”, enfatiza.

 

O tratamento existe e deve ser iniciado assim que diagnosticado no paciente. “Há inúmeros tratamentos de controle da hipertensão que podem variar da mudança no estilo de vida, perda de peso, alimentação (restrição de alguns alimentos), até o uso de drogas que são muito ativas no controle da pressão. Quanto à cura, pode ocorrer nos casos de hipertensão secundaria apenas, quando se identifica a causa e faz a sua remoção”, ressalta o cardiologista.

 

Para não chegar a níveis preocupantes para o controle da doença, Nicolela enfatiza que o melhor ‘tratamento’ ainda é a prevenção, e faz o alerta: “aqueles que têm histórico familiar rico em hipertensão, devem se preocupar mais cedo e iniciar acompanhamento médico no início da fase adulta. É necessário que todos invistam num estilo de vida saudável, com a prática de esporte regular, controle do peso, alimentação saudável com pouca gordura e evitando alimentos processados e ricos em sódio, evitar o fumo e consumo abusivo de álcool. Essas atitudes fazem toda diferença no futuro. Se todas essas ações não evitarem a hipertensão, pelo menos servirão para retardar o início do tratamento medicamentoso e atrasar o aparecimento das complicações causadas pela hipertensão. A prevenção exige atitude do médico e, principalmente, do paciente”.

 

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