Falta de respeito e diplomacia macula Câmara de Vereadores

José Osmir Bertazzoni

 

Quinta-feira (13) durante a Sessão da Câmara Municipal de Vereadores, ficou evidenciado que a política local está doente, precisando de interferência psicológica, há um adoecimento de determinados vereadores os quais rangem os dentes durante toda a condução dos trabalhos.

A doença psicológica também acaba afetando os vereadores mais racionais, como foi o caso do presidente da Câmara Wagner Alexandre de Oliveira (Cidadania) que sofreu um infarto e precisou ser socorrido; não deve ser fácil se manter sóbrio convivendo com tato veneno. Wagner vem conduzindo com muita responsabilidade o trabalho legislativo, digno de nosso respeito.

A liderança e os aliados do governo usam da desqualificação da oposição; alguns ex-aliados rosnam ódio e atacam como metralhadora giratória, impera a síndrome do pequeno poder, moléstia psicossocial vastamente estudada na literatura.

Lógico que existem, e são maioria, os vereadores racionais, que atuam como parlamentares enfrentando um debate ideológico e técnico, não posso ser injusto para ter visão diferente; mas os poucos enfurecidos e doentes estão transformando o plenário da Câmara Municipal em uma ribalta circense onde os atores são os leões rosnados para o público e devorando seus opositores tal como cenas dos circos romanos. Não bastasse isso, a administração pública e seu estafe político também não respeita a Casa Legislativa e tenta transformá-la em um puxadinho do Executivo, inclusive tentando intimidar servidores do departamento jurídico da Casa.

Xingamentos, achincalho, agressões verbais de todos os montes, desrespeito, fúria transformara-se em uma constante durante as sessões, quando não acontecem entre os nobres edis, pessoa que fazem oposição são achincalhadas e desmoralizadas de forma covarde, sem direito ao contraditório em razão do monopólio do uso da tribuna legislativa — certo de que essa é a regra legal — mas sequer a cidadania pode ser praticada através da tribuna popular descaracteriza pela não aceitação das opiniões divergentes.

Nossa cidade conta hoje com mais de 400 mil habitantes, temos cinco ‘campus’ universitários e 70% dos vereadores possuem formação acadêmica, estes não deveriam usar da fúria para conduzir seus trabalhos durante a sessão, caberia (em tese) a esses vereadores orientarem os menos favorecidos de conhecimentos técnicos e científicos.

Eu acompanho a Câmara Municipal de Vereadores desde 1975 e posso afirmar com conhecimento de cátedra que nunca, tivemos algo tão inusitado, temos no Poder Legislativo pessoas eleitas para debater ideias e não para combater ideias; não merecemos vereadores desqualificados para atacarem o processo democrático construtivo. Não merecemos vereadores indisciplinados, revelados diante as condenações na justiça penal e civil pelos atos de violência contra eleitores e opositores que hoje enfeitam o Fórum de Piracicaba e maculam a imagem da política.

Difícil saber se esse ódio é fruto da pandemia da Covid-19 ou da endemia política irresponsável de ódio que tomou conta do nosso país nos últimos quatro anos, porém temos certeza de que o povo de Piracicaba está vendo e avaliando o que está acontecendo, assim nas próximas eleições vem uma nova opção de escolhas, manter os gritões ou escolher pensadores.

Concluo esse texto me solidarizando com o povo responsável, ordeiro, pacato e compreensivo que são os piracicabanos, mas alerto que esse estado de coisa não pode e não deve continuar, assim é de bom arbítrio escolher com mais zelo e conhecimento os representes da Casa Legislativa e dos demais Poderes Municipais.

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José Osmir Bertazzoni, jornalista e advogado

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