Audiência pública na quinta-feira (16) debateu problemas e soluções para melhorias nos serviços de reparos asfálticos na cidade
A qualidade dos serviços de recuperação asfáltica na cidade foi debatida em Audiência Pública realizada no plenário da Câmara Municipal de Piracicaba na tarde desta quinta-feira (16). O encontro, promovido por solicitação do requerimento 115/2023, de autoria de Pedro Kawai (PSDB), teve a participação de diversos vereadores, secretários municipais, de responsáveis pela fiscalização dos serviços de recuperação asfáltica realizados pelo Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) e da população.
“A audiência pública é um momento de discussão para trazermos os problemas diretamente para o Executivo. É um momento de extrema democracia e de participação popular, de lideranças, de pessoas políticas, politizadas ou não. Estamos aqui para buscar soluções”, falou Pedro Kawai, vereador que presidiu o encontro.
6552 BURACOS – De acordo com o secretário municipal de Obras e Zeladoria, Paulo Roberto Borges, há em Piracicaba, ao longo de cerca de 1800 quilômetros de vias asfaltadas, 6552 buracos. O número foi obtido em novembro do ano passado em levantamento feito com base em fotos georreferenciadas. Deste total, de acordo com o secretário, 5810 buracos são de responsabilidade da Semozel e, 842, do Semae. Também foram registrados buracos de responsabilidades de outras empresas e concessionárias que atuam na cidade.
Segundo o titular da pasta, está em vigor, desde janeiro de 2023, um contrato no valor de R$ 7.716.458,75 milhões com a empresa Molize Serviços e Construções Ltda. para operações de tapa-buracos e construção de redutor de velocidade. O contrato, cujo edital foi publicado em fevereiro do ano passado, sofreu uma série de impugnações, liminares e necessidade de ajustes no termo de referência, que atrasaram a sua assinatura.
Além dos serviços de tapa-buracos, segundo o titular da Semozel, Piracicaba foi contemplada com 2 lotes do programa “Respeito a Vida”, do Detran, no valor total de R$ 10 milhões, que prevê o recapeamento de trechos das avenidas Presidente Kennedy, Doutor Cândido de Faria Alvim, Frei Franciso Antônio Perin, Pedro Habechian, Carlos Botelho e de partes das ruas Regente Feijó, Voluntários de Piracicaba, São José e Campos Salles.
BURACOS DO SEMAE – Os buracos e afundamentos em vias resultantes de serviços de reparos nas tubulações subterrâneas de água também foram abordados durante a audiência.
Segundo Paulo Lucio Ribeiro Júnior, engenheiro civil responsável pelo gestão do contrato de reparos asfálticos do Semae, o trabalho da autarquia é mais complexo do que uma operação tapa-buracos padrão, e envolve a abertura de valas, reparos na rede, compactação e, na sequência, a colocação do asfalto. “Nossa produtividade, apesar de ser grande, é menor por conta de todo esse trabalho”, disse.
Os reparos, atualmente, de acordo com ele, são também realizados pela mesma empresa que presta os serviços para a Semozel. O contrato da autarquia, no entanto, foi assinado em caráter emergencial, já que o instrumento contratual anterior, com outra empresa, não estava a contento, segundo o engenheiro.
“Nós tínhamos um contrato anterior, que vinha sendo utilizado, e por diversos problemas detectados em materiais, procedimentos e mão-de-obra inadequados, foi uma decisão do Semae rescindir esse contrato, porque a situação estava precária e a gente não tinha como continuar”, falou Paulo Lúcio Ribeiro Júnior.
De acordo com ele, as constantes reclamações de afundamentos no asfalto após obras do Semae, em sua maioria, são ainda reflexos de obras anteriores, já que a autarquia, agora, emprega um controle tecnológico mais rígido nas operações tapa-buracos, inclusive com materiais de melhores granulometrias, que ajudam a prevenir eventuais afundamentos. “Nós temos poucos problemas, apenas cerca de 5% de problemas em buracos que abrimos e fechamos com o controle tecnológico utilizado hoje. Os buracos com afundamento, geralmente, têm mais de um ano”, explicou.
Ele ainda lembrou que o volume médio de recomposição asfáltica decorrente dos trabalhos da autarquia é da ordem de 80 m2 diários, o que resulta em aproximadamente 4000 m2 por mês. “Meio Barão [da Serra Negra] o Semae abre e fecha por mês. Esse é o nosso volume de trabalho”.
CHUVAS – As chuvas também foram apontadas como importantes adjuvantes para atrapalhar os reparos. “Chuva e asfalto não combinam, principalmente quando falamos em aplicação de asfalto, que tem que ser aplicado em temperatura mínima de 120 graus. Do contrário ele esfarela”, explicou o secretário municipal de Obras e Zeladoria. Ainda de acordo com ele, segundo dados da Defesa Civil do município, o índice pluviométrico acumulado em 2022 foi de 1243 mm, ao passo em que apenas nos meses iniciais de 2023 ele foi de 1047,8 mm de chuvas.