Paula Filzek
O dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma grande oportunidade de realizarmos uma reflexão sobre as mulheres e o mundo da política. Refletir sobre o papel social desempenhado pelas mulheres na sociedade brasileira (me refiro especificamente ao papel da mulher sobre a ótica da política), é sempre um exercício interessante e necessário, especialmente quando observamos a nossa sociedade e seus pilares, construída sob a égide do machismo, do patriarcalismo, assistindo homens ocuparem os espaços públicos e a mulher, somente o privado.
A dificuldade enfrentada pelas mulheres ao tentarem ocupar cargos públicos, serem eleitas, ou até mesmo serem ouvidas nas tomadas de decisões políticas é fator histórico, que reverbera, até hoje, nosso cenário de baixa representatividade feminina no governo.
Felizmente este cenário histórico vem apresentando mudanças, e a participação política das mulheres, nos dias de hoje, é prova disso. Mesmo sendo tais mudanças tímidas quando comparadas a quantidade de homens envolvidos na política, não podemos deixar de reforçar que a presença cada vez maior de mulheres, seja como eleitoras, seja como candidatas a cargos públicos, é algo fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade feminina é extremamente indispensável quando refletimos nas lutas pelos direitos das mulheres em um contexto no qual, como se sabe, ainda há muito preconceito, exclusão e violência contra elas.
Refletir sobre a participação das mulheres na política me faz questionar: esse aumento na participação do voto pelas mulheres seria uma confirmação de que elas estão conquistando o seu espaço que a tanto foi almejado? E a resposta é positiva! Acredito que sim, apesar de os desafios encontrados pelas mulheres, tanto na política como na sociedade de modo geral, ainda são consideráveis.
Enxergar mulheres dispostas a enfrentar os obstáculos de um cenário absolutamente masculinizado ao longo da história, conquistando espaços, sendo ouvidas, é algo magnífico e muito esperado! Principalmente por recordar que as mulheres sempre foram consideradas por seus corpos, pela sua vaidade, pela sua fertilidade! E quando limitamos a mulher apenas ao seu corpo, tiramos dela o que ela tem de mais fascinante, sua força, sua inteligência, sua natureza!
Portanto, oposto ao que foi falado por Schopenhauer: “Mulheres, por natureza, devem obedecer”. Eu reafirmo, MULHERES DEVEM DECIDIR!
Decidirem onde estarão, seja na política e/ou em cargos privados que outrora eram ocupados somente por homens.
Ainda estamos longe de atingirmos um mundo com mais igualdade de gênero. Nenhum país chegou lá, mas acredito que chegaremos lá.
E para reduzirmos a desigualdade de gênero, precisamos de muito mais mulheres em espaços de tomadas de decisões, seja no âmbito político, seja no âmbito econômico. Necessitamos desse impacto econômico real, o que proporcionará não apenas ética, justiça ou o empoderamento feminino. Proporcionará crescimento, equilíbrio entre homens e mulheres. E nunca é demais relembrar, uma vez expandido o território feminino de conquistas e poder, nada será capaz de excluir, direitos e conquistas que foram alcançadas.
______
Paula Filzek, advogada, vice-presidente do PDT de Piracicaba