Centro de Referência em Nefrologia, Hospital mantém 250 pacientes em terapia renal substitutiva e realiza cerca de 100 sessões/dia de hemodiálise
Quem passar pelo estacionamento da Santa Casa de Piracicaba, próximo à entrada da Unidade de Nefrologia, no período das 9h às 14h desta quinta (9), Dia Mundial do Rim, terá a oportunidade de tirar dúvidas para manter a saúde deste órgão tão vital à saúde.
Neste dia, equipes multidisciplinares compostas por médicos nefrologistas, enfermeiros e nutricionistas estarão à disposição da população, de funcionários, pacientes, acompanhantes e usuários do Hospital, que deverá atender 350 pessoas em média.
“Vamos fazer uma triagem para diagnosticar pessoas com fatores de risco para o desenvolvimento de doenças renais crônicas”, disse o nefrologista Alex Gonçalves, coordenador da Unidade de Nefrologia e organizador do evento. Segundo ele, os participantes passarão por aferição da pressão arterial, teste de glicemia para diabéticos e orientação sobre a saúde renal.
“Os que apresentarem exames com resultados alterados serão orientados a realizar novo exames, desta vez de creatinina, para avaliação da função renal”, informou. Os exames são importantes, pois podem detectar calculose renal, que é a pedra no rim, infecção urinária ou proteinúria, que é a perda de proteína pela urina.
Para evidenciar a importância do exame, Alex Gonçalves lembra que, este ano, a campanha nacional coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em nivem nacional tem como tema “Saúde dos Rins e Exame de Creatinina para Todos”.
O objetivo, segundo o nefrologista, é conscientizar as pessoas sobre a importância dos exames preventivos, além de ajudar na construção de um sistema público de saúde que melhore a qualidade de vida das pessoas e evite mortes prematuras
Ele lembra que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), no Brasil, mais de dez milhões de pessoas têm problemas renais em diferentes estágios de evolução e a maior parte delas não sabe que está doente. “Mais de 91 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil, sendo 85% dos tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse o médico, lembrando que a Santa Casa de Piracicaba mantém 250 pacientes em terapia renal substitutiva e realiza cerca de 100 sessões/dia de hemodiálise, atendendo Piracicaba e região como centro de referência em nefrologia.
“A doença renal é silenciosa nos seus estágios iniciais e, quando os primeiros sintomas aparecem, o paciente já está comprometido pois a doença é progressiva se não for diagnosticada e tratada”, frisou.
Outro alerta importante é que cerca de 60% dos pacientes que fazem tratamento de hemodiálise no Brasil apresentam hipertensão ou diabetes como causas da doença renal crônica, caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função dos rins.
“Na verdade, a doença renal crônica é uma das principais consequências do tratamento inadequado da hipertensão arterial e do diabetes; o que eleva em mais de dez vezes o risco de morte prematura por doença cardiovascular”, observou.
O tratamento da doença renal deve manter as medidas de controle de glicemia e hipertensão, acrescentar medicamentos de proteção renal, cuidar do estado nutricional e evitar o uso de qualquer medicamento tóxico para os rins, em especial os anti-inflamatórios.