Orçamento – Repasse da taxa de lixo é questionado na Câmara

Questionamento foi feito nesta semana durante audiência na Câmara. CRÉDITO: Guilherme Leite

 

A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de Piracicaba cobrou esclarecimento do Executivo a respeito dos recursos arrecadados para o custeio dos serviços de limpeza e os motivos que levaram a Administração a repassar o custo total da coleta de lixo no carnê do IPTU do contribuinte em 2023. O debate aconteceu na terça-feira, 28, durante a Audiência Pública de Avaliação e Demonstração do Cumprimento das Metas Fiscais do 3º Quadrimestre de 2022.

“Foi enviado um projeto para esta Casa que criar uma nova taxa no Município, não mencionava a taxa de serviços públicos que vem no carnê do IPTU”, disse o presidente da Comissão, vereador André Bandeira (PSDB), em referência ao projeto de lei complementar 9/2021, que acabou sendo rejeitado pelo plenário. Ele também esclareceu que a Câmara solicitou a inclusão de uma tarifa social dentro do projeto, “porque o Executivo não deixou claro se haveria”, acrescentou.

A fala de André Bandeira marcou um debate em torno das receitas e despesas para os serviços prestados pela Simap (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente) na coleta, tratamento e destinação do lixo domiciliar. “Eu pediria a gentileza para que a Secretaria Municipal de Finanças de encaminhar essas informações para a Comissão de Finanças”, cobrou o parlamentar.

O vereador Pedro Kawai (PSDB) pediu esclarecimento sobre a natureza de cada um dos recursos que foram apresentados pela Prefeitura na audiência pública e que integram o rol de serviços da Simap. “No ano passado, teve os R$ 48 milhões, que foram arrecadados, e ainda houve uma suplementação de R$ 50 milhões”, disse, ao lembrar da aprovação do projeto de lei 194/2022, pela Câmara.

“Eu quero saber o quanto foi arrecadado e valor de orçamento separado para a coleta de lixo domiciliar”, questionou. O argumento do parlamentar é que, com a quantia acumulada para o serviço no ano passado, não seria necessário repassar 100% da taxa lixo no IPTU do contribuinte, o que, segundo Pedro Kawai, chegou a impactar em 40% a mais nos valores cobrados da população.

O parlamentar também lembra que, na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2022, o orçamento da Simap para serviços de limpeza pública e sistema e gestão de resíduos sólidos acumulam cerca de R$ 106,7 milhões. “Onde foi utilizado todo esse dinheiro que estava previsto”, questionou. Ele destacou que irá solicitar o detalhamento dos recursos a partir de requerimento.

PREFEITURA – Os representantes da Prefeitura explicaram que os cerca de R$ 48 milhões arrecadados em 2022 foram previstos com base nos serviços prestados no ano anterior, portanto em 2021, conforme os critérios técnicos de elaboração do orçamento. Para 2023, a previsão é arrecadar R$ 70 milhões, o que indica para um aumento de 45% nos recursos da coleta domiciliar.

Já os R$ 50 milhões de suplementação – conforme previsto no projeto de lei 194/2022, aprovado na Câmara – foram diluídos em outros serviços, como varrição, gestão de ecopontos, entre outros. “Não dá para somar um recurso ao outro, porque são coisas diferentes”, argumenta Alex Salvaia, o titular da Simap. “Não é uma conta de dois mais dois são quatro”, concluiu.

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