Toda a Humanidade é pecadora?

Alvaro Vargas

 

No passado, vários profetas hebraicos fizeram uma análise bastante crítica da Humanidade. Conforme o salmista Davi (1040 a.C.), “o Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus” (Salmos 14:2). Posteriormente, Jeremias (626 a.C.), reforçou esta crítica: “percorram todas as ruas de Jerusalém em todas as direções! Procurem em todos os cantos e vejam se podem encontrar um só homem reto e honesto!” (Jeremias, 5:1-2). Na era cristã, o apóstolo Paulo manteve essa visão crítica: “não há nenhum justo, nem ao menos um; não há uma só pessoa que entenda, ninguém que de fato busque a Deus” (Romanos, 3:10-11). Longe de uma visão apenas pessimista, tanto os profetas como o apóstolo dos gentios apenas constataram o atraso moral em que nos encontramos. De fato, até hoje, predomina em nossa sociedade, a maldade e a falta de religiosidade. Os 2000 anos de cristianismo ainda não conseguiram alterar significativamente a belicosidade e o egoísmo humano. Mesmo a Europa, super alfabetizada e sede do maior movimento cristão, no mundo, não soube aproveitar eficientemente os ensinamentos de Jesus. Aquela região é marcada por inúmeros conflitos bélicos, pirataria, subjugação e exploração de povos indefesos. As suas iniquidades assumiram proporções tão avassaladoras que na visão profética do Espírito Emmanuel (XAVIER, F. C. Emmanuel, cap. 19), o carma europeu é demasiado pesado, e o continente será seriamente afetado neste período de transição planetária que estamos atravessando.

Embora a vinda do Cristo tenha marcado a época de maioridade espiritual da Humanidade (XAVIER, F.C. A Caminho da Luz, pelo Espírito Emmanuel, cap. 12), as religiões institucionalizadas permanecem atreladas aos seus dogmas religiosos anacrônicos e insensatos, cultuando um Deus antropomórfico e uma fé fanatizada. Como resultado, parcela expressiva dos homens permanece moralmente estagnada, não evoluindo espiritualmente e recalcitrando nos mesmos erros. Felizmente, conforme prometido por Jesus, “não nos deixar órfãos e voltar para nós” (João, 14:18), ele retornou como o Espírito de Verdade e nos trouxe o Consolador (João, 14:15-26). É o Espiritismo, inicialmente revelado por Allan Kardec através da publicação do Livro dos Espíritos em 1857, uma compilação de mensagens mediúnicas de diferentes médiuns de várias partes do mundo. Esta doutrina filosófica-científica e de base moral, responde todas as perguntas sobre a nossa origem e o nosso destino perante a eternidade. Consola, pois, esclarece, com base na fé raciocinada, a nossa origem e as razões pelas quais existe a dor e o sofrimento no mundo.

Na visão espírita, Deus nos criou simples e ignorantes e evoluímos através de inúmeras reencarnações na Terra e em outros orbes. Como ainda habitamos um planeta de provas e expiações, no qual predominam indivíduos moralmente atrasados, é comum a prática de iniquidades. Portanto, a análise dos antigos profetas hebraicos e do apóstolo Paulo (op. Cit.), estão corretas, considerando o nível evolutivo da sociedade e as informações que detinham na época. Contudo, o aspecto moral da Terra está se modificando. Graças às revelações mediúnicas mais recentes, permitidas por Jesus devido ao nível evolutivo que atingimos, sabemos que, além da Humanidade, o nosso planeta também está evoluindo, estando prestes a se tonar um mundo de regeneração. Isso está ocorrendo, através do exílio, para um mundo inferior, das almas recalcitrantes no mal, em sincronia com a imigração de Espíritos redimidos no bem, oriundos de outros planetas, formando gradativamente uma nova sociedade, moralmente mais evoluída. Conforme o Espírito Emmanuel (op. Cit., cap. 18), “esperemos, confiantes, a alvorada luminosa que se aproxima, porque, depois das grandes sombras e das grandes dores que envolverão a face da Terra, o Evangelho há de criar, no mundo interior, a verdadeira Cristandade”.

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

 

 

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