Carnaval – Personagens piracicabanos são relembrados em bate-papo

Roda de conversa promovida pela Escola do Legislativo reuniu o vereador Pedro Kawai, o empresário Vado Mirante e o advogado Jonas Parisotto. CRÉDITO: Reprodução/Internet

 

As histórias em torno do Carnaval de Piracicaba foram relembradas com bom humor e saudosismo em roda de conversa virtual promovida na tarde de quarta-feira (15) pela Escola do Legislativo “Antonio Carlos Danelon – Totó Danelon”, da Câmara. Transmitido pelo YouTube, o bate-papo teve a mediação do vereador Pedro Kawai (PSDB), diretor da Escola, e as participações do empresário Ariovaldo Benitez, o Vado Mirante, e do advogado Jonas Parisotto.

Os convidados rememoraram a trajetória de dois ícones da folia local: Vado fez parte do grupo que deu origem ao cordão carnavalesco Banda do Bule, em 1977, enquanto Jonas e amigos fundaram o bloco Banda da Sapucaia, em 1996. Em comum, os dois movimentos começaram com poucas pessoas e logo se tornaram sinônimos, cada um em sua época, do Carnaval de rua de Piracicaba.

Vado lembrou as diferentes fases dos festejos na cidade, desde os desfiles com a Banda do Bule até os bailes nos clubes, nos quais ele esteve presente “todos os anos”. Jonas destacou o apelo popular da Banda da Sapucaia, que atingiu o ápice ao reunir 40 mil pessoas na rua Morais Barros. Por sinal, a descida dos blocos pela via, no sentido contrário de veículos que a utilizam para ir ao Cemitério da Saudade, tinha o simbolismo de ir “na contramão da tristeza”.

O empresário e o advogado lamentaram que não ocorram mais desfiles de rua na cidade. “Piracicaba sempre foi uma riqueza no Carnaval e ficamos muito sentidos de não termos mais as escolas participando. O Carnaval é a maior festa e a essência do brasileiro e sempre foi a diversão mais barata para o povo, em que você não precisa estar associado a nenhum clube, basta organizar no seu próprio bairro”, observou Jonas.

Ele usou o exemplo da própria Banda da Sapucaia para ilustrar como a ação do Poder Público foi minando a festa popular. “Em 2014 começa o fim da Sapucaia, com a proposta de sair da Morais Barros, de só descer a rua, sem a volta. Ali começa a perder a referência, a raiz, o caráter popular”, disse, para em seguida criticar a mudança para a avenida Renato Wagner. “Perdeu totalmente a referência, fecharam os dois lados da avenida, vi muita gente reclamando. Piracicaba não pode ficar sem Carnaval.”

Sobre os desfiles de rua, Vado lembrou que as apresentações primeiro aconteceram na rua Governador Pedro de Toledo, passando depois para a avenida Armando de Salles Oliveira, a rua Boa Morte e a Paulista. O motivo por trás da primeira mudança, aliás, foi rememorado por Pedro Kawai. “Saiu da Governador e foi para a Armando de Salles por causa dos fios de energia, pois estavam fazendo carros alegóricos muito altos.”

A roda de conversa “Carnaval de Piracicaba: aspectos históricos de suas diversas formas de manifestação” também fez menção às escolas de samba que se consagraram, como Ekyperalta e Caxangá, às provocações entre os integrantes das agremiações, à cobertura feita pelos veículos de comunicação e aos personagens que se tornaram símbolo da folia no município, como Roberto Crivellari e Madalena, figura que “era esperada na avenida”, como ressaltou Jonas.

“Tínhamos dois grupos, o especial e o primeiro grupo. Era uma briga de quem levava mais integrantes para a avenida”, disse Kawai, sobre os desfiles das escolas de samba. “Aconteciam disputas saudáveis entre as escolas”, acrescentou Jonas, destacando o retorno que a festa trazia à economia local. “As pessoas passavam o fim de semana em Piracicaba, deixavam dinheiro aqui, todo mundo ganhava. O Carnaval movimentava a cidade o ano inteiro, pois as escolas promoviam ações sociais para aferir receita.”

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