Dados oficiais colocam 2023 bem acima da média estimada; prefeito se reuniu com o DAEE para analisar pontos de alagamento e áreas de transbordo
Nesta semana, o prefeito Luciano Almeida se reuniu com secretários e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) para analisar os pontos de alagamento e áreas de transbordo em Piracicaba e definir estratégias e obras para melhorar o escoamento de água das chuvas e evitar novos alagamentos na cidade – durante o último mês, várias regiões sofreram com inundações.
Dados registrados na base meteorológica da Defesa Civil, da Prefeitura de Piracicaba, apontam que o mês de janeiro de 2023 foi o mais chuvoso do período histórico, que tem início em 2018, ano em que as medições começaram. No acumulado, a base da Defesa Civil marcou 528.5mm, superando o mesmo período no ano passado, quando foram registrados 351.1mm, desde então, o maior. Já o posto meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que realiza a medição desde 1917, nunca registrou volume acima de 500mm em um mês de janeiro em Piracicaba.
Ainda segundo registro da base da Defesa Civil, em 2018, quando a medição da Defesa Civil teve início, choveu 246.5mm em janeiro, em Piracicaba. Já em 2019, foram 182.13mm; em 2020, 160.1mm, e em 2021 foram registrados 250.6mm.
“A média estimada para o mês de janeiro, com base nos dados que registramos desde o início, era de aproximadamente 300mm. Isso mostra que em 2023 esse número ultrapassou bastante o esperado”, comentou Odair Melo, diretor da Defesa Civil.
PIONEIRO – O posto meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que iniciou a medição em 1917, coloca janeiro de 2023 como o quarto com maior volume, mas em sua história nunca registrou volume acima dos 500mm em janeiro. Segundo o professor do Departamento de Engenharia da Esalq, Fabio Marin, a série histórica tem janeiro de 1929 com o maior volume, com 491mm. Na sequência, aparecem 2011, com 422mm; 2008, que registrou 419mm; 2023, com 418mm; e janeiro de 2022 com 408mm. “De qualquer forma, o acúmulo deste ano ficou muito acima da média, que é 231mm. Isso representa 80% a mais do que a média”, explicou Marin.
Dentro do mesmo período, de 2018 a 2023, a Esalq registrou 225mm em 2018; e 146mm em 2019; 181mm no ano de 2020, além dos registros já citados para 2022 e 2023.
Os dois pontos de coleta – Defesa Civil e Esalq – ficam em pontos distintos. O posto da Esalq fica dentro da unidade, enquanto o da Defesa Civil está localizado no bairro Paulista. Sendo assim, os pontos podem registrar mais ou menos volume de chuvas.
FORÇA-TAREFA – A Prefeitura montou força-tarefa, reunindo várias secretarias, para atender com rapidez as regiões afetadas, desde o início das chuvas mais intensas, em 10/01. Recolha de árvores caídas, desobstrução de bocas de lobo e galerias de águas pluviais, retirada de materiais nas ruas, limpeza de lama nas vias em pontos de alagamento e outros serviços têm sido realizados constantemente para amenizar os estragos.
Uma obra realizada pela Prefeitura, finalizada em junho do ano passado, foi fundamental para evitar novos episódios de alagamento: o desassoreamento do ribeirão Piracicamirim. Os serviços executados, que consistiram no desassoreamento e abertura da calha do ribeirão em três pontos, mostraram resultados positivos já com as primeiras chuvas de verão deste ano, e evitou o transbordamento do manancial.
As pessoas que vivem em áreas de risco e se sentirem em perigo podem ligar para os telefones 199 (Defesa Civil) e 153 (Guarda Civil), Corpo de Bombeiros (193) e solicitar apoio. A Defesa Civil do Estado de São Paulo disponibiliza um canal de informações para a população que alerta para eventos meteorológicos. Para receber os informes no celular, basta enviar um SMS com o número do CEP da residência para o número 40199. Informações gerais podem ser acessadas em: http://www.spalerta.sp.gov.br/.