Eleições 2022

José Osmir Bertazzoni

 

Piracicaba há muito tempo não consegue impor sua potência nos resultados eleitorais para deputado federal, recebo sempre questionamentos: por que esse fenômeno negativo ocorre em uma metrópole beirando os 300 mil eleitores?

“En passant”, parabenizo os candidatos eleitos por Piracicaba, Professora Bebel, Hélio Zanatta e Alex de Madureira pelo excelente desempenho eleitoral. Para a professora Bebel, por sua garra, uma reeleição com o prêmio de dobrar sua votação e atingir um patamar que merece respeitabilidade pela constante defesa do nosso povo mais simples e necessitado.

O resultado é muito transparente, tivemos uma geração política de ouro com grandes estadistas eleitos por nossa cidade, tais como: Pacheco Chaves; João Herrmann Neto; Adilson Benedito Maluf; Antônio Carlos de Mendes Thame e José Machado. Naquele período, a política fluía nas veias dos piracicabanos, existiam grandes disputas nos centros e diretórios acadêmicos, grêmios estudantis; na sociedade vertia vontade de servir, os Centros Comunitários reagiam com o orçamento participativo e as eleições destes núcleos sociais eram disputados votos a votos nos bairros. Lembramos também que a organização era tão forte que havia até uma Federação das Organizações Populares denominada FOPOP.

A política era necessária e construtiva, a cidade vivia momentos de grande expressão no Brasil e no exterior, através de seus sindicatos, alguns, como o sindicato dos servidores municipais, sempre foi ligado diretamente às grandes centrais sindicais e a política governamental, participando ativamente de Organismos Internacionais como OIT/ONU em Genebra – Suíça.

Hoje encontramos uma cidade apática, renunciando a política em razão de tantas agressões às lideranças estaduais e nacionais, um conflito de vaidades personificados por figuras políticas sem qualquer ideologia ou alinhamento partidário.

Os partidos Políticos reais que existem transformam projetos em ideologias e são criminosamente atacados, retirando assim as vocações políticas dos nossos jovens. Um processo reverso de construção social e de cidadania prejudicial ao contexto de sobrevivência nacional nos grandes centros de decisões como o Senado e Câmara Federal.

Vivemos um mundo apartado, submisso a emendas parlamentares e à vontade de alguns deputados que se aliam ao governismo e esquecem o social, fatos históricos ora registrados. Não podemos ser ingratos, muitas dessas emendas são direcionadas aos Hospitais Filantrópicos, conquanto por vias inversas, pois essa obrigação do Estado brasileiro não poderia se transvestir de bondade política e assistencialismo.

Resta-nos nesse momento sobriedade para reconhecer o fracasso da política piracicabana, seja do Poder Executivo ou Legislativo, que não conseguem sequer um voo de galinha.

Nossa Câmara de Vereadores lançou seu presidente Gilmar Rotta para Deputado Federal e sua votação como presidente do Parlamento Metropolitano foi pífia. Tivemos também o Candidato Paulo Campos, que é vereador do baixo clero, mas que conseguiu uma votação expressiva se colocando na suplência de Deputado Federal. Aos demais, como Edvaldo Brito, é possível avaliar que cada homem tem seu próprio tamanho e, que pese o apoio velado do atual prefeito Luciano Almeida, seu desempenho foi vergonhoso, desastroso para ser realista.

Na busca de uma vaga para a Assembleia Legislativa ficamos à mercê da vergonha de alguns candidatos cuja votação não ultrapassou 600 votos. Esse foi o caso de Carolina Angelelli, que na eleição para prefeita municipal teve uma expressiva votação, em razão de uma articulação forte conjecturada com este escriba, este se empenhando em seu favor naquele momento político e, em seu voo solo, para deputada estadual não alçou um galho de pé de cebola.

Em fase de encerramento da presente reflexão temos que muitos dos nossos políticos precisam rever as histórias vitoriosas dos grandes representantes de outrora em nosso município.

Agora vem a disputa do segundo turno, bastante apertado entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, donde o voto e a decisão se dará em um novo momento eleitoral dentro deste pleito de 2022.

A consciência coletiva se submeterá à teoria do bem-estar social, onde a maioria decidirá sobre o melhor momento que viveram neste país. Cada cidadão deverá fortalecer sua memória para saber, dentre os dois candidatos, qual proporcionou ou investiu numa estabilidade financeira, geração de empregos e rendas com inclusão do povo mais pobre na escala do trabalho decente e da formação profissional e acadêmica com apoio do Estado Brasileiro.

Está é a reflexão que trago para contribuir com nossa sociedade e as pessoas que estão na política: conquanto, não pensam política como elemento de crescimento social.

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José Osmir Bertazzoni, jornalista, advogado

1 comentário em “Eleições 2022”

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