Dezesseis dígitos e esperanças

Douglas S. Nogueira

Estamos aí às portas das eleições 2022. Muitas pessoas já decididas de seus candidatos, apenas aguardam o dia 2 de outubro para assim concluírem suas opiniões políticas, outras no entanto, às vésperas de irem às urnas, mal sabem qual o número de candidatos  que votarão.

Infelizmente aqui no Brasil, as eleições são dessa forma. Indivíduos que votam e acabam por elegendo, candidatos que no final das contas nada tinham a ver com suas opiniões políticas. Manipuladas ou muita das vezes ameaçadas, pessoas utilizam-se de opiniões alheias para votarem. Todavia sabemos que o ideal, seria todo eleitor ter sua opinião própria, concreta e formada sobre os candidatos a serem escolhidos, mas infelizmente não é bem assim.

O Brasil é um dos países republicanos que apresenta o maior número de candidatos a cargos políticos. Eram no passado recente em eleições presidenciais, cinco candidatos, hoje porém são cinco sendo deputado estadual e federal para cada estado, senador para cada estado, governador para cada estado e presidente, muita gente no poder? Pode-se dizer que sim ou não, o fato é que se compararmos o tamanho territorial do nosso Brasil, talvez cheguemos a conclusão de que tal número de pessoas no poder pode até ser relativamente correto.

Dia 2 de outubro o dia da votação, serão dezesseis dígitos, que teoricamente terão que serem digitados por milhões e milhões de eleitores em todo país, aproximadamente 155. O importante é que o fator gambiarra nas eleições acabaram, pois já se foi o tempo em que os eleitores votavam nesse ou naquele ou até mesmo em dois ou três candidatos de forma rabiscada munidos de cédulas de papel, transformando as votações em verdadeiras bagunças. Hoje com a implantação da urna eletrônica já a algum tempo tornou-se praticamente impossível, badernar na hora de optar pelos candidatos.

Serão dezesseis dígitos e a cada um a esperança, um pingo de confiança que será depositado por cada brasileiro. Muita podridão política do passado, fez com que inúmeros indivíduos desacreditassem das eleições, votando sem sequer pensarem em quem ou nas consequências futuras de que tal desinformação e desinteresse poderão trazer.

Pessoas humildes, jovens que votam por votarem, idosos e adultos desiludidos com a vida e a política, acumularão no próximo domingo um amontoado de gente, a qual poderá até mesmo complicar o futuro político e consequentemente administrativo-econômico do país.

Deve-se pensar para as próximas eleições em como mudar esse quadro, onde um balde de pessoas vão às urnas somente por irem. Uma das soluções seria a criação de uma disciplina escolar com tema político, dessa forma os alunos desde o início do ensino médio provavelmente com quinze anos, idade que antecede o direito de votar, começarão a se envolverem e interessar pelo tema, evitando então o desinteresse futuro pelo ato de votar.

Como isso ainda não é fato consumado, o aprendizado e a discussão sobre política deve fortalecer-se principalmente nos âmbitos domésticos, caseiros onde a família chegando a um consenso geral, parte para às urnas com um certo respeito pela votação levando a real esperança da mudança.

Há muitos indivíduos que falam aos ventos ou criticam o mundo político, sem apenas saberem qual é a função administrativa de cada cargo desses. Infelizmente tais pessoas levam apenas esperanças, já que seus desinteresses prevaleceram e aí realmente só resta criticar o que não entendem.

Votemos então com consciência, opiniões formadas, conhecimentos declarados sobre política, e dessa maneira levaremos o país a caminhos mais brilhantes.

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Douglas S. Nogueira, Técnico de Planejamento da Manutenção

E-mail: [email protected]

Blog: www.douglassnogueira.blogspot.com

 

 

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