A política e a necessidade feminina

Eliete Nunes

 

 

É inegável que passamos por um avanço no debate público sobre ”pautas femininas”. Vemos cada vez mais assuntos como assédio, maternidade, ocupação feminina, serem discutidos abertamente e ganhando cada vez mais espaço no cenário político.

Com o avanço do tempo, sem dúvida, tivemos muito progresso nos movimentos femininos, conseguimos o direito ao voto e ao de nos elegermos. Todavia, no que diz respeito a mulheres na política, o que temos ainda é uma parcela pequena de todo o espaço que merecemos ocupar. Muito pequena.

Segundo uma pesquisa realizada pela União Interparlamentar, organização que analisa os parlamentos mundiais, o Brasil aparece na 142° colocação do ranking de representatividade feminina na sua política, numa lista de 192 países. Na américa latina, ficamos à frente somente do Haiti. O estudo diz ainda, que as mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras da Câmara dos Deputados.

Esses números revoltam ainda mais quando lembramos que nós representamos 51% dos eleitores do país.

A baixa representatividade da mulher na política, carrega consigo uma perigosa realidade onde deixamos de ter um debate público qualificado em torno de questões femininas pela falta da presença adequada das mesmas.

Precisamos de mulheres capazes, fortes e corajosas tomando cada vez mais os espaços da sociedade, e principalmente na política, para que possamos trabalhar por todas nós, levando respeito, segurança e voz para todas as mulheres que são diariamente caladas por parte da sociedade que se recusa a evoluir.

Mesmo com o avanço no debate público dos últimos tempos, temos muito ainda o que fazer. É preciso que a discussão continue viva e correndo entre as pessoas. Nós, mulheres, precisamos ser multiplicadoras da ideia e lutar pelo fim dessa desigualdade que nos prejudica e incapacita desde sempre. Do mesmo jeito, é preciso que tanto os políticos homens, quanto os partidos e o Estado se envolvam verdadeiramente em prol de uma política mais igualitária e uma sociedade mais inclusiva.

Quero chegar até a Câmara Federal não só por mim, mas por cada mulher brasileira que já sentiu que não era possível, por cada mãe solteira que luta sozinha contra o mundo, por cada mulher que sabe o peso e o orgulho de ser quem é.

E você, vai votar em alguma mulher este ano? Votou em alguma nas últimas eleições? Peço o seu apoio, para representar todo o Estado, sem deixar de lado a luta pela visibilidade feminina.

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Eliete Nunes, advogada, candidata a deputada federal pelo Cidadania

 

 

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