Indetectável=Intransmissível: o que isso significa?

Dentro do nosso trabalho em trazer informações úteis, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre as doenças sexualmente transmissíveis, na coluna desta edição iremos falar da campanha “Indetectável=Intransmissível”, que é muito importante para a qualidade de vida, principalmente de casais em que um dos cônjuges seja soropositivo.

Tudo começa em julho de 2017, durante a 9a Conferência Internacional da Sociedade de Aids sobre Ciência do HIV, a IAS 2017, em Paris, foi divulgado o resultado do Estudo Opposites Attract, confirmando os resultados de estudos anteriores, HPTN 052 e Partner, que comprovou: – pessoas que vivem com HIV estão em tratamento regular e têm carga viral indetectável há seis meses não transmitem o vírus por via sexual.

Diferentemente dos estudos HPTN 052, que focou apenas em casais heterossexuais, e do Partner, que estudou casais com distintas orientações sexuais (hétero/bi/homo), o Opposites Attract estudou apenas casais homossexuais em três países (Austrália, Brasil e Tailândia), quando foram centenas de casais homossexuais sorodiscordantes com milhares de relações sexuais sem uso de preservativo ou de profilaxia pré-exposição (PrEP) e a conclusão foi que nenhuma transmissão do vírus HIV ocorreu. Em outras palavras: o parceiro soropositivo (vivendo com HIV), que apresentava a manutenção da carga viral indetectável, não transmitiu o vírus para o parceiro soronegativo (sem HIV).

A descoberta redefiniu as estratégias de prevenção com o lançamento da campanha mundial “Prevention Access” com o slogan “Indetectável = Intransmissível”, lançada em todos os idiomas. Nos EUA, a campanha ficou conhecida como “Undetectable = Untrasnmittable (U=U); nos Países Baixos é “Niet meetbaar = Niet overdraagbaar” (N=N); e na Turquia, “Belirlenemeyen = Bulastirmayan” (B=B), enquanto que no Brasil, “Indetectável = Intransmissível” (I=I), considerando sempre o idioma de cada País.

A campanha encoraja a pessoa que vive com HIV a não abandonar o tratamento, incentivando as demais a conhecerem seus status sorológico através das testagens rápidas e/ou exames de sangue, afinal, quanto antes diagnosticado o HIV, mais eficaz é o tratamento. Outro objetivo é superar os estigmas e preconceitos aumentando a conscientização pública sobre o tema como estratégia de controle da epidemia.

Contudo, o fato da pessoa estar indetectável e não conseguir transmitir o HIV não a isenta do uso do preservativo, sendo esta a forma mais eficaz e acessível para se prevenir das demais “Infecções Sexualmente Transmissíveis”.

Mas é importante deixar bem claro: indetectável não é sinônimo de cura, por isso é importante a continuidade do tratamento para que esta condição sorológica se mantenha.

 

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E se você tem mais dúvidas sobre a campanha Indetectável=Intransmissível, você pode obter mais informações no CEDIC (Centro de Doenças Infectocontagiosas), na Rua do Trabalho, 634, no bairro Vila Independência. Informações: (19) 3437-7800. Ou, ainda, no Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Hepatites Virais), na rua Tiradentes, 404, Centro. Informações: (19) 3371-3585.

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