Por que aumentou o número de  homossexuais na sociedade?

Alvaro Vargas

“No Brasil, 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais se declaram homossexuais” (IBGE, 2022). Entretanto, os números registrados na pesquisa podem estar subnotificados, devido ao preconceito social causar inibição na coleta dessas informações pelos institutos de pesquisa. Embora existam divergências entre os especialistas, com relação à porcentagem homossexual da população, todas as análises indicam que ocorreu um aumento significativo nos últimos anos, sugerindo que a própria evolução da sociedade, atenuando a discriminação contra a diversidade sexual, permitiu uma maior exposição das pessoas.

No aspecto sexual, os espíritos antes de reencarnarem são neutros, mas não assexuados. Mantemos a nossa identidade predominante masculina ou feminina, durante muito tempo. A inversão sexual no corpo físico, quando ocorre, faz parte do nosso programa evolutivo. Entretanto, isso não causa a homossexualidade, e sim, o abuso do sexo. O aumento da homossexualidade em nossa sociedade foi previsto em 2002 pelo espírito Bezerra de Menezes, conforme obra ditada pelo espírito Manoel P Miranda (FRANCO, D. P. Sexo e Obsessão, cap. 15). Foi um alerta, informando que “o número de homossexuais aumentaria devido ao mau uso da sexualidade pelos heterossexuais nas reencarnações pregressas”. O apostolo Paulo nos advertiu sobre nosso livre arbítrio: “tudo me é permitido, mas nem tudo convém” (1 Coríntios 6:12). De fato, ao longo das reencarnações, nem sempre temos nos conduzido dignamente. O esquecimento do passado nos permite um recomeço sem as lembranças amargas dos equívocos praticados, mas não nos exime da necessária reeducação, por vezes dolorosas. O homem que não respeitou a companheira, utilizando-a como objeto sexual, necessitará voltar em roupagem carnal com a sexualidade oposta à sua natureza, para aprender a valorizar a mulher. Similarmente, a mulher que abusou de sua sexualidade, destruiu lares e escravizou homens com o seu poder de sedução, experimentará, igualmente, uma inversão sexual do corpo físico, no processo reencarnatório necessário para o seu reajustamento moral.

Embora o relacionamento heterossexual, com base no amor, esteja biologicamente orientado à perpetuação da espécie e desenvolva uma simbiose energética de benefício mútuo para o casal, ninguém está autorizado a efetuar juízo de valor sobre a conduta sexual alheia. Julgar uma ação difere de julgar a criatura, conforme explicitado por Jesus, “não julgueis para não serdes julgados” (Mateus, 7:1-5), que descortinou a hipocrisia social, “por que reparas tu o cisco no olho de teu irmão, mas não percebes a viga que está no teu próprio olho?” (Mateus, 7:3). Reencarnar como homossexual é uma expiação difícil e devemos respeitar o livre arbítrio das pessoas. Na visão espírita, entendemos que existe uma grande diferença entre a homossexualidade e o homossexualismo. Enquanto a homossexualidade é uma fase transitória de aprendizado, onde a pessoa não sente atração pelo sexo oposto, o homossexualismo é a atividade sexual entre indivíduos do mesmo sexo. Portanto, ser homossexual é uma experiência decidida antes de reencarnarmos visando um reajuste moral, diferindo do homossexualismo, uma decisão do espírito, quando reencarnado. As forças sexuais da alma, tanto podem ser canalizadas para as funções genésicas, como para a arte, ciência ou tarefas missionárias, conforme o nosso livre arbítrio e nível evolutivo. Entretanto, mesmo que a sociedade reconheça o homossexualismo como simples opção sexual, importante observarmos o alerta do espírito Bezerra de Menezes (op. Cit. Sexo e Obsessão), citando que “no relacionamento homoafetivo, ocorre a canalização das energias equivocadamente. Nesse caso, o fenômeno se torna grave, podendo produzir danos no corpo espiritual que irão exteriorizar-se em transtornos profundos da personalidade e da aparelhagem genésica”.

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita