Como fazer bom uso da campanha eleitoral

 

 

Dirceu Cardoso Gonçalves

 

É muito comum ouvirmos pessoas se dizendo desencantadas e afirmando não pretenderem votar porque o voto não muda em nada a situação. Também é recorrente a afirmativa de que os que não gostam têm de se conformar ao serem governados pelos escolhidos dos que gostam de política. É bom lembrar que o extremismo e a radicalização não conduzem a lugar algum. A eleição é o único momento – a cada quatro anos – em que o cidadão comum tem a oportunidade de interferir por mudanças na situação no País, no Estado e no município. Faltar à votação ou votar branco ou nulo – o que tem ocorrido em maior percentual a cada eleição que passa – não é a solução para o desencanto com os políticos.

A partir desta sexta-feira (26), os candidatos a presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais estão no rádio e na televisão pedindo o voto do povo. É interessante que, em vez de desligar o aparelho na hora do horário eleitoral, o ouvinte ou telespectador preste atenção no que ali será falado. É possível que alguma coisa dita possa definir a sua decisão de votar ou de não votar em determinado candidato. É para isso que existe a campanha em suas diferentes formas.

Temos de compreender que o jogo do poder é bruto. A maioria dos concorrentes usa artifícios para benefício próprio e prejuízo dos concorrentes. Vem, daí a radical afirmativa popular de que todo político é mentiroso, ou até de que seriam ladrões. Pensemos que não é assim. Existem os mentirosos e até os desonestos comprovados que todos conhecemos. Mas também há muita gente boa e bem intencionada entre os que pedem o voto. Daí é que vem a conveniência do eleitor – para não perder a única oportunidade que tem de mudar o destino – buscar conhecer os candidatos, informar-se sobre o que já fizeram na vida, se são honestos e quais as propostas que apresentam para o caso de serem eleitos. É a única forma de não jogar fora o voto. Em vez de prot estar se abstendo ou votando branco ou nulo, o eleitor insatisfeito será efetivamente útil se conseguir encontrar o candidato de sua confiança ou, na falta deste, votar no “menos pior”. Agindo dessa forma, em vez de omisso, ele poderá ser o pêndulo positivo para decidir a eleição.

Há muita coisa a ser mudada na política e na administração pública comandada por quem elegemos. E a eleição – que esse ano ocorrerá em 2 de outubro – nos oferece a oportunidade de reeleger os que estão nos cargos  ou escolher um novo no lugar daquele em quem votamos nas eleições passadas. Esse é o momento crucial, onde o eleitor pode fazer a diferença. Com os recursos hoje disponíveis, não é difícil informar-se sobre a vida política daqueles que tentam nos convencer a neles votar. A maioria já teve mandato. Basta entrar na internet e buscar pelo seu nome para ter acesso a notícias dos jornais, radio e televisão sobre o que fizeram de bom e também de ruim. Com base nessas informações, fica mais fácil escolher.

Os cidadãos clamam pelo avanço e a busca de melhores condições de vida e, por isso,  devem votar com responsabilidade. Escolher os candidatos que possam fazer algo para atender aos seus anseios e sobre os quais não pesem denúncias ou processos de mau comportamento político-administrativo, especialmente de corrupção. Os que se elegerem para o governo terão a atribuição imediata de administrar o País e os Estados. E os escolhidos para o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas serão os responsáveis pela elaboração, discussão e votação das leis que possam proporcionar as mudanças que querenos. Por isso, precisamos escolher gente boa e competente.

No próprio interesse e para não sentir-se enganado, o eleitor não deve votar por aconselhamento de terceiros, que podem ser cabos eleitorais pagos ou de alguma forma beneficiados para sustentar candidaturas. Busque informações e vote conforme manda a sua consciência. É assim que cada um pode dar sua contribuição para as mudanças que tanto são reclamadas.

 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo). Email: [email protected].

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