O voto dos negros

Paulo Campos

 

 

No mais recente cenário eleitoral que vivemos na cidade de Piracicaba, com seus mais de 450 mil moradores e 300 mil eleitores, e apenas três candidato negros-pardos concorrendo entre os 28 candidatos locais, apenas três negros-pardos disputarão o pleito, num total de quase 30 candidatos locais. 10% dos candidatos. Estamos na expectativa de números mais recentes, concuto o IBGE já está na cidade em busca da atualização dos numero reais da nossa população e suas especificidades de cor, raça, gênero, idade, escolaridade, entre outras. Dos dados que dispomos, por exemplo sobe a questão religiosidade em nossa cidade, amparada ainda no Censo de 2010, temos que para uma então população calculada em 260.435 cidadãos, 221.275 eram católicos e destes 65.434 negros ou pardos, ou 25% da nossa população daqueles dias. Hoje com mais de 450 mil moradores, dos quais 300 mil serões eleitores em 2 de outubro, poderíamos projetar uma população de 75 mil eleitores negros ou pardos em nossa cidade, suficientes, se o quesito co fosse diferencial de qualidade ou identidade, podendo eleger tranquilamente pelo menos dois dos três postulantes a deputado federal da cor negra-parda.

Noutro critério também temos, conforme dados do mesmo IBGE do ano 2000, pelo menos 13 denominações evangélicas, mais a católica, majoritária em número de adeptos na cidade. Entre as denominações evangélicas poderíamos citar os presbiterianos, metodistas, batistas, adventistas, Assembleia de Deus, Pentecostal, Evangelho Quadrangular, Universal, Deus é amor, Maranata, Renovada, Pentecostal, Jesus Cristo do Sétimo Dia, que perfazem mais de mil templos na cidade. Em especial nos bairros operários e mais distantes da nossa cidade. Ainda segundo aquele censo éramos 65.343 evangélicos na cidade e 221.773 católicos. Mas certamente nestes últimos 22 anos, a comunidade evangélica evoluiu para outros patamares, não só no numero de adeptos negros-pardos, brancos, mas também em numero de templos e comunidades assistidas pelos irmãos que compartilham da nossa fé. Vem daqueles dias a indicação de que o poder público local nem sempre priorizou pautas para a comunidade negra local.

Outro dado que chama a nossa atenção, mesmo que seja relativo ao Censo de 2010, é de que, naquela ocasião, os nossos irmãos de cor preta-parda, eram 29,5% da população com carteira assinada na cidade de Piracicaba, recebendo na ocasião um salário de R$ 510,00 por mês, entre 97.014 que confirmaram serem das raças negra ou parda na ocasião. Hoje R$ 1212,00, quase o dobro daqueles dias, mas com as contingências inflacionários que todos conhecemos e que nos afetam a todos, como cidadãos, para cumprirmos nossas obrigações com pais, esposos, mantenedores das nossas famílias. Como conseguir sem a ajuda da fé?

Embora essa distância secular que nos separa de um ambiente político de maior equilíbrio, vale registrar o empenho da comunidade negra local , que nas eleições de 2020 conseguiu eleger quatro dos 23 representantes da Câmara Municipal, dos quais os dois primeiro, Cássio Luís Barbosa e eu, juntos fizemos quase oito mil votos válidos ,fomos os dois mais votados, que aliados aos de Thiago Ribeiro e Acácio Godoy, embora em partidos distintos, mas hoje, irmanados aos demais, estamos em busca de novos dias e rumos para a nossa cidade. Esperançosos do apoio dos eleitores de todas as raças, gêneros e credos de nossa cidade nos nossos projetos de conquistarmos a representatividade tão esperada pela população da nossa cidade e região.

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Paulo Campos, vereador (licenciado) em Piracicaba pelo Podemos

 

 

 

 

 

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