Paulo Campos
Dentre as dificuldades sociais que vivemos na cidade de Piracicaba, uma que chama muito a minha atenção é a questão habitacional. Por trás dos condomínios de luxo e prédios de apartamentos envidraçados, encontramos bairros desprovidos de bens essenciais, comoiluminação, água, esgoto, asfalto, saneamento básico, segurança, postos de saúde, empregos e, em especial, de esperanças. Como compatibilizar esses dois mundos tão diferentes no nosso espaço urbano de convivência,relacionado à baixa formação escolar, pobreza material, fome e desemprego?
A educação, como caminho auspicioso para a formação de todos, mesmo adotada constitucionalmente como obrigação do estado, estabelecida como lei e obrigação, está longe, muito longe de ser atendida por completo numa cidade rica e próspera como Piracicaba. Seria ela o fio condutor para a apreensão de conteúdos didáticos e profissionalizante, que fossem capazes de uma orientaçãoconstrutivapara o bem de todos os desfavorecidos. A ela deveríamos construir políticas públicas para a abertura de novos empregos aos nossos moradores que poderiam ser dos mais simplificados aos mais exigentes no campo formativo.
Comecei minha vida profissional separando material reciclado no meu bairro Novo Horizonte. Evoluímos em conjunto para a formação de uma cooperativa que nos organizou e possibilitou um novo grau de consciência a todos nós. Tanto aquele espaço, como a cooperativa perderiam o apoio do poder público local e tiveram suas atividades encerradas. Mas, pelo menos no meu caso, deixou como herança uma nova consciência e um novo olhar sobre as imensas dificuldades do nosso povo simples dos bairros, mais distantes da região central de Piracicaba e com essa consciência que hoje tenho, acrescida pelos conhecimentos que adquiri durante o meu curso de direito que hoje, na vida pública, empenho-me com lealdade a essa gente. A bandeira da construção de uma cidade e um país mais justo, mais igualitário, com chances de apropriação do conhecimento como elemento essencial a todos os que que precisam de casa, comida e trabalho. É nessa cidade e nesse país que todos almejamos viver. Em paz, com os desafios do dia a dia e em busca de uma fraternidade necessária, para a diminuição dos abismos sociais que dividem os prédios envidraçados das casas de tábua.
Rumo a esse “Novo Horizonte” é para onde caminho e é nele que gostaria de ver construída uma nova Piracicaba, um novo país.
Paulo Campos, vereador em Piracicaba (Podemos)