Alex de Madureira
Todos conhecemos a Estação da Paulista, que completou seu centenário há dias. Seus prédios, pista de caminhada, barracões onde celebramos nossa cultura, árvores, tabuleiros para jogar xadrez, entre outros atrativos. Conhecemos também suas origens e a importância para o desenvolvimento econômico e cultural da nossa cidade.
Só não conhecíamos a nova estação recriada pelo funcionário público da biblioteca, Antônio de Godoy. Formado em teologia e física, ele publicou um livro de matriz histórica e romanceada, denominado “Visões da Redenção”, sobre o imperador romano Constantino, que deu liberdade de culto aos cristãos de sua época.
Ao romancista foi dada a oportunidade dupla de alcançar mais pessoas com a reedição de sua obra. Esta, multiplicada 38 mil vezes com a publicação de um livro para colorir, distribuído aos nossos jovens estudantes da Rede Municipal de Ensino de Piracicaba. Seguramente a maior tiragem editorial concedida a um autor piracicabano.
É feliz e criativa, também, a parceria entre as secretarias da Educação e Cultura da cidade, que mais do que prestigiarem a arte de um funcionário, fizeram-no com o objetivo de difundir o aniversário da Estação da Paulista com uma história de amor, que teve como pano de fundo a história da velha ferrovia. Uma história que percorreu os ares do Brasil e da Itália para impedir um casamento sem amor, que perpassou personagens, como Prudente de Moraes, os soldados constitucionalistas de 1932, entre outros. Através deles, o autor foi tecendo sua teia, sugerindo a vitória do amor.
Em 1922, momento em que se passa a obra, aconteceu o centenário da república e a Semana de Arte Moderna, ambos eventos que marcaram indelevelmente aquele período. Nos anos 1950, com grandes investimentos do governo brasileiro para a indústria automobilística e a construção de novas estradas, o trem perdeu seu encanto, suas cargas e passageiros. E a Paulista começou o seu declínio em nossa cidade.
Com isso, certamente os leitores de nossa cidade, em especial os alunos do município, terão a chance de gravar e guardar na memória, para sempre, traços definitivos da nossa cidade, que a partir de agora poderão ser coloridos em vários tons. Quem sabe, seus filhos e netos mais adiante também conhecerão essas histórias.
Esta é uma boa iniciativa. Esperamos que possa ser repetida em outras oportunidades, datas celebrativas que virão, fazendo com que a história da nossa cidade, com a linguagem dos quadrinhos e outras expressões, possa ir consolidando no público mais jovens, e em formação, a grandeza da nossa terra e da nossa gente.
Um dia, como movido pelos apitos dos trens, que este livro sirva de alerta aos novos desafios, para que seja recontada sua história. Que ele encha de esperança os nossos alunos, como encheu de alegria os moradores desta cidade, há um século, quando ouviram orgulhosos o primeiro apito do trem que chegou a nossa Estação.
Que sempre lembremos dos ensinamentos de ontem, de que “não podemos nos esquecer ou deixar de valorizar nossas raízes, pois foram delas que nós brotamos, crescemos e florescemos”. Da minha parte, comprometo-me também a oferecer uma Moção de Aplauso, na Assembleia Legislativa, ao autor, por ter nos brindado com o seu trabalho criativo e competente. E, através dele, iluminar um importante capítulo da nossa história local.
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Alex de Madureira, deputado estadual pelo PL (Partido Liberal) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)