Jose F.Hofling
De grande interesse na resposta às infecções humanas foi o aparecimento da Imunologia (estudos sobre a resposta de nosso organismo àquilo que nos afeta proveniente do exterior). Embasado na ideia de que “a agressão torna o organismo mais apto” a reagir contra agressores (pandemias e outras infecções), desde cedo experiências com base no conceito de evitar ´´danos ao nosso organismo e também óbitos por infecções levou os cientistas a entender como se dá todo esse processo de infecção e doenças. Bastante atual, a aplicação prática de que alguns indivíduos se tornam “aptos” e outros não, originou-se dos experimentos iniciais de vacinação de Jenner (século XVIII e XIX) com o cowpox, a fim de prevenir contra a doença denominada “smallpox” que acometia ruminantes. Posteriormente, Pasteur (grande cientista da microbiologia) trabalhou com o germe da cólera dos galináceos, verificando que culturas envelhecidas que permaneceram muito tempo no laboratório perdiam progressivamente a capacidade de produzir doença quando injetadas nas galinhas, enquanto culturas jovens permaneciam com a capacidade de produzir doença, quando comparadas. Ele fez uso de tais culturas “alteradas” e desenvolveu vacinas atuantes contra doenças virais, hidrofobias e a doença bacteriana denominada anthracis, conhecida também como carbúnculo. Estavam postas as bases das vacinas atuais contra várias doenças, inclusive pandemias, usando-se microrganismos “atenuados” ou o produto de seu metabolismo tipo proteínas, enzimas, etc. Tudo isso levou ao conhecimento de que a “resposta imune” se caracteriza como uma resposta específica à entrada de substâncias “estranhas” ao hospedeiro. De fato, pode-se dizer, que o sucesso dos transplantes – o qual é dependente do fenômeno em questão – não seria possível sem o conhecimento obtido através dos estudos microbiológicos preliminares no âmbito da Imunologia. Devem ser lembrados ainda, vários outros pesquisadores que também se destacaram na história da ciência imunológica dos séculos XIX e XX… descobertas levam a outros estudos que originam “novas descobertas”. É a ciência… Os diferentes estudos bioquímicos e genéticos que envolvem os mecanismos do sistema imunológico deram origem à uma evolução rápida sobre a compreensão dos processos biológicos dos organismos. As infecções microbiológicas – sempre presentes – e outras alterações orgânicas do hospedeiro, têm levado os cientistas do século XXII a um desafio constante, que é descobrir a cura das infecções, compreender os processos tumorais e prevenir as doenças, chegando a novas vacinas que possam minimizar o sofrimento humano.
Que tudo isso possa auxiliar para compreensão do que estamos passando hoje e passaremos no futuro!
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Jose F.Hofling, professor da FOP-Unicamp