A dinâmica do emprego formal em Piracicaba

Barjas Negri

A manutenção e geração de empregos formais em Piracicaba tem relação direta com o crescimento das economias brasileira e paulista, bem como com a dinâmica do setor sucroenergético do Brasil. Ainda sofre influência em virtude da indústria mecânica, metalúrgica, da fornecedora de equipamentos e aparelhos. E podemos relacionar com a dinâmica da indústria de fornecimento de peças de reposição. Parte significativa da produção industrial é exportada, o que dá destaque a Piracicaba nos cenários estadual e nacional.
A indústria piracicabana é moderna e diversificada, com geração e manutenção de milhares de empregos, com melhores salários, mantendo e ampliando o consumo das atividades comerciais e de serviços. O acompanhamento dos ciclos da economia mostra bem a evolução de emprego formal na cidade, conforme dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (Caged) e da RAIS.
Mesmo com amplo dinamismo no setor industrial ampliou-se com a criação do Parque Automotivo (Hyundai) e de vários distritos: Unileste, Uninoroeste, Alpha North, CDL/TRX entre outros. Esses investimentos permitiram atrair novas empresas ao longo das últimas duas décadas. Em paralelo, os setores comercial e de serviços também se modernizaram e se diversificaram, dando conformação as atividades de uma cidade com mais de 400 mil habitantes, que foi se consolidando como capital de metrópole regional.
Se em 2004 tínhamos 83.292 trabalhadores com carteira assinada em Piracicaba, durante o ciclo expansivo da economia brasileira e paulista que se estende até 2013, a cidade vai chegar nesse ano com 134.033 trabalhadores, também com carteira assinada, um aumento de 50.741 novos empregos ou mais 60,9%. Se na indústria seus empregos se concentram nos distritos industriais formais e informais, nos setores comercial e de serviços, eles se desconcentram para os novos mercados regionais, dos centros urbanos das diversas regiões da cidade, que atraíram super e hipermercados, redes de farmácias, escritórios, lojas e diversos estabelecimentos de servi&cced il;os, gerando empregos mais próximos das residências dos trabalhadores. Como exemplo dessa descentralização, citamos a Vila Rezende, Santa Terezinha, Piracicamirim, Água Branca, Pauliceia, Jaraguá, Paulista, avenida Raposo Tavares, entre outros.
A partir de 2013, a dinâmica da economia se alterou com a recessão da economia de 2015/16, baixo crescimento em 2017-2019 e a pandemia do coronavírus em 2019/20. O baixo crescimento do PIB nesses nove anos provocou muito desemprego no Brasil e em Piracicaba isso não foi diferente. Mesmo com a recuperação da economia em 2021, verificamos no final desse ano 128.112 trabalhadores com carteira assinada, abaixo do registrado em 2013 (-5.921 trabalhadores, ou – 4,4%). Os atuais empregos estão assim distribuídos: serviços com 51.039, indústria com 39.503, comércio com 29.220 e 8.350 em diversos setores.
Por conta da dinâmica industrial ainda está havendo a criação de novos empregos nesse setor. No entanto, há uma expectativa de que a economia brasileira cresça muito pouco em 2022 e 2023 e não se espera expansão significativa do emprego na cidade, que mantém muitos trabalhadores e trabalhadoras na economia informal.         Além disso, ainda não está contabilizado todos os efeitos negativos para a economia mundial e brasileira resultado da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Importante é a continuidade da geração de empregos em Piracicaba, dando alento aos jo vens que entram no mercado de trabalho.
Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

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