Tupi – Prefeitura inicia limpeza do Lago Marcelo, no Horto

Força-tarefa da limpeza do Lago Marcelo conta com apoio da Sedema, Semob e Defesa Civil. Foto: Isabela Borghese

Ação de retirada de plantas aquáticas deve durar até quatro dias

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), iniciou ontem, 29, uma ação de limpeza no Lago Marcelo, na Estação Experimental de Tupi. O objetivo é retirar parte das macrófitas, plantas aquáticas que cobrem a superfície do lago e diminuem a incidência de luz, o que, consequentemente, diminui a biodiversidade.

A força-tarefa de limpeza conta ainda com a organização da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), além do apoio da Secretaria Municipal de Obras (Semob) e Defesa Civil, que cederam máquina, barco e equipe para os trabalhos. A expectativa é que a ação seja concluída em até quatro dias.

A solicitação da limpeza foi feita pela Sedema em janeiro deste ano, por meio de ofício enviado ao Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sima), que, em conjunto com a Prefeitura, administra o espaço.

“Notamos uma proliferação das macrófitas, dos gêneros Salvínia e Elódea, de forma anormal a partir de outubro de 2021. Com a grande quantidade de chuvas somadas ao calor intenso, em questão de dois meses todo o espelho d’água do Lago Marcelo acabou tomado pelas plantas. Então a Sedema viu a necessidade de contatar o IPA, solicitando apoio para identificar as possíveis causas, bem como propor uma solução definitiva para o controle das macrófitas”, comenta Giovanni Batista Campos, analista ambiental da Sedema e membro do Comitê Gestor do Horto de Tupi.

Após parecer técnico do Núcleo de Conservação da Biodiversidade do IPA, assinado pela pesquisadora científica Denise de Campos Bicudo, concluiu-se que o Lago Marcelo, de fato, apresenta proliferação de plantas aquáticas livres-flutuantes e que a solução mais indicada é a remoção mecânica e parcial das plantas – parte do lago deve ainda permanecer coberta, com as plantas confinadas em um determinado espaço do lago.

A remoção das macrófitas deve ser parcial porque essas plantas também exercem função essencial para ambientes aquáticos. “Se as plantas forem removidas completamente, ocorre o que chamamos de eutrofização, que é quando cianobactérias, que são microalgas, tomam conta do espaço aquático, estimuladas pelo aumento de nutrientes na água. Sendo assim, as macrófitas, quando controladas, conseguem impedir a eutrofização de ocorrer”, salienta Campos.

A causa provável dessa proliferação das macrófitas, de acordo com o parecer, seria a contaminação difusa por meio da área de drenagem (carreamento de nutrientes provenientes das culturas existentes ao redor do Horto de Tupi). Após toda a análise, a professora de Manejo de Áreas Naturais Protegidas, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP, Teresa Cristina Magro Lindenkamp, desenvolveu com alunos da Escola Superior, barreiras de contenção feitas com cordas e flutuadores (espaguetes de piscina).

“Essa planta prolifera muito rápido e diminui a incidência de luz na água. Em quantidades pequenas, em ambientes saudáveis e equilibrados, ela pode ajudar a filtrar a água, por isso foi introduzida em muitas represas e lagos. No entanto, quando cresce muito e cobre toda a superfície, como no caso do Lago Marcelo, o impacto negativo é a diminuição da biodiversidade no ambiente aquático. É difícil para outras espécies sobreviverem em condições de pouca luz abaixo da superfície. Então, após a retirada, ficou definida uma área do lago para colocar as barreiras flutuantes para contenção das plantas aquáticas. Ou seja, uma parte do lago ficará livre das plantas”, explica Teresa.

O LAGO – Construído em 1970, o Lago Marcelo é artificial e foi planejado com o intuito de armazenar água para ser utilizada em casos de incêndio ambiental.

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