Valor do lixo

Frederico Alberto Blaauw

Transformar lixo em energia é o desafio que 7 (sete) municípios paulistas têm pela frente: Santa Bárbara D’Oeste, Hortolândia, Nova Odessa, Capivari, Sumaré, Elias Fausto e Monte Mor.
Reunidos no Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Campinas, esse grupo de cidades vêm se preparando para processar cerca de 240 mil toneladas anuais de resíduos da região. É o novo conceito com o qual habitantes locais passarão a conviver – o lixo tem valor.
Pode ser o fim de aterros sanitários e de seus impactos negativos, a expectativa é que o lixo deixe de ser um problema e comece a ser matéria prima, como disse o secretário do Meio Ambiente de Santa Bárbara, um dos municípios que integram o consórcio.
Dentre os principais pontos do projeto está a redução do impacto de aterros, na região, e de seus passivos, uma vez que demandam, no mínimo, 20 anos de cuidados específicos, após sua desativação.
Santa Bárbara recicla entre 6% e 7% de seu lixo, Hortolândia 4%; a média nacional é de 3,2%. Boa medida foi a inclusão de aulas de educação ambiental, nas escolas municipais de Santa Bárbara.
Boa notícia é que surgem iniciativas renovadoras para lidar com a questão, aparecendo novas tecnologias, para transformar o lixo comum doméstico, na maior parte tecidos orgânicos, em biomassa de alto poder calórico.
Mais do que aumentar o índice de reciclagem, o ideal é chegar ao patamar da economia circular, na qual o lixo deixa de existir. Perseguindo essa meta, o município catarinense de São Bento do Sul implantou, em fevereiro de 2022, a usina LIXO ZERO. A cidade, com cerca de 80 mil habitantes, produz 40 toneladas de lixo por dia, reduzindo à metade o volume de lixo enviado aos aterros diariamente.
Dentre os principais pontos do projeto estão a redução do impacto de aterros na região, uma vez que demandam, no mínimo, 20 anos de cuidados específicos, após sua desativação.
O andamento do processo é desigual, nos municípios acima envolvidos, certo que Santa Bárbara e Hortolândia estão avançando.
O Brasil conta com iniciativas positivas, em cidades inteligentes, eficientes, porém desintegradas.

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Frederico Alberto Blaauw é mestre em Direito Empresarial, advogado e consultor de empresas, professor de Direito Empresarial.

 

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