Fazemos porque é difícil

José Osmir Bertazzoni

Porque é difícil… Frase de John Fitzgerald Kennedy, sempre a tivemos fixo em nossos pensamentos. “Nós escolhemos ir à Lua”, escolhemos ir à Lua e fazer muitas outras coisas também, “não porque são fáceis, mas porque são difíceis”. Não porque é fácil, mas porque é difícil (1962). Não era apenas “difícil”, era impossível. Existia uma disputa, uma fixação, pela superioridade humana no espaço; havia que se superar os russos na fronteira do futuro, enviando Sputnik, Gagarin, Laika e quem sabe o que mais eles tinham nas mangas, para o espaço. Na noite de 20 de julho de 1969, aquela coisa “difícil” tornou-se verdade, realidade, fato inconteste. Abriu uma Nova Fronteira para a humanidade.
Nossa geração passou por todas essas mudanças culturais e comportamentais, vivemos um mundo voltado para as ciências e para a pesquisa, tornamo-nos aficionados pela evolução – das válvulas aos microchips, da manivela ao motor de partida, da máquina de escrever ao teclado do computador, e ainda estamos aqui vivendo, diante de tanta evolução – o negacionismo da evolução humana, levado por um homem alfabeto funcional, plagiador e negador das academias e autodeclarado filósofo. Sim, estou falando de Olavo de Carvalho o criador da trapaça oficial, os PO.
Não PO de puro sangue, mas de “pura ignorância infectando o Estado”, com imposições à nova geração iludida em não estudar, que consertar geladeira é mais promissor, um vendedor de mentiras sem amparo ou apego científicas ou pesquisas acadêmicas. Olavo de Carvalho, segundo pesquisas junto ao MEC, não possui formação fundamental média, ou seja, como se dizia nos meus tempos, não fez o colégio e sequer concluiu o ginásio.
Ao negar a Covid-19, esse demônio deu ao vírus força e nos trouxe um luto sem fim, como Aquiles para os aqueus, e uma destruição sistemática e brutal do tecido econômico. Obviamente, teríamos feito melhor sem suas atitudes de negar a ciência. Mas esta tremenda lição nos obriga a mudar as cartas na mesa no replanejamento do nosso país. Obriga-nos a melhorar e a fazê-lo agora. Agora mesmo. E isso também se aplica à nossa consciência ecológica vilipendiada pela destruição de nossas florestas, reservas indígenas e do nosso meio ambiente.
Dizer: hoje, sem a assustadora emergência econômica, ainda estaríamos debatendo planos de estabilidade, regras de crescimento PIB, lágrimas e déficit de sangue. De Cop 25, 26 (a maior e mais importante conferência sobre o clima do planeta) e muitos outros belos cumes entre grandes para salvar o planeta, mas sem, no fim das contas, salvar um ente querido que pode vir a morrer em razão deste negacionismo apregoado por Olavo e olavistas. Este homem negacionista, que faleceu vítima da doença que ele afirmava não existir, não dava a mínima para a vida do nosso povo, tanto que abandonou o Brasil e foi morar com mais conforto e proteção nos Estados Unidos. Por outro lado, suas ideias são uma ditadura do berrante e, por isso, ele não dava a mínima para o povo sofrido da nossa pátria Brasil, tratando-os como gados.
Vivemos e progredimos por décadas sem problemas, em 2014 e 2015, o país estava em pleno emprego, hoje somamos 15 milhões de desempregados, outros milhões de desalentados e padecemos com a redução do poder aquisitivo do nosso povo e a precarização do trabalho, com o retorno eminente da hiperinflação e com a entrega do nosso patrimônio a países estrangeiros e empresas de amigos que acumulam milhões de Reais às custas do sangue e suor derramado pelo esforço coletivo do nosso povo.
O Brasil e os brasileiros têm neste ano (2022) a oportunidade de retomar sua vocação de se constituir em uma grande nação, de voltar a ser a sexta economia do mundo e distribuir suas riquezas as futuras gerações.
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José Osmir Bertazzoni é advogado e jornalista. E-mail: [email protected].

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