Quando caem as máscaras

Tarciso de Assis Jacintho

 

“É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida”. Maurice Switzer, Mrs. Goose, Her Book. 1907. A autoria deste pensamento muitas vezes é erroneamente atribuída a Abraham Lincoln e Mark Twain, entre outros. A mesma ideia está expressa em Provérbios 17:28 “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido”. Seja como for este imperativo nunca foi tão verdadeiro quanto em nosso tempo, sobretudo no que diz respeito ao enfrentamento desta pandemia que se arrefece.
Embora muitos tenham se calado também muito se falou sofre eficácia, isolamento, economia, medidas sanitárias e novo normal. Neste momento quando as máscaras caem, literalmente, muito do que foi dito parece senão platitudes, a confirmação do que realmente somos. Nestes tempos que vivemos, e que todos concordamos, não são tempos definitivamente banais, mudanças sensíveis no cerne daquilo que nos balizávamos para viver a vida foram afetados.
Talvez seja isso mesmo, o saldo de tudo isso será uma nova forma de encarar a vida. Enfim, a despeito de que lado você esteja do front, e não se iluda, todos nós estamos em um dos lados, pois no front não há muros, você terá que rever seus conceitos. Mesmo que os sólidos estejam de fato se desmanchando no ar, não se trata de uma discussão sobre rupturas ou globalismo, mesmo que essas discussões façam eco as antigas e conhecidas discussões sobre modernização e modernismo. Hoje, as questões que se impõe de fato são outras.
Os porquês de uma guerra? Por que conduzimos alguns ao poder? O porquê da ausência de lideranças relevantes no mundo? Enfim, não são de fato tempos banais. A esperança vem, portanto, da queda das máscaras, de todos nós. Para que a verdade se imponha como ela sempre se impõe. E elas estão caindo, seja nas declarações xenofóbicas que escapam de ineptos que falam do que não entendem, seja em áudios sexistas vazados de grupos privados onde não se usam máscaras. E insisto, na imposição dos fatos. Certa vez um juiz não convencido da fundamentação de acusações levantadas sobre um réu escolheu uma delas e arguiu: “És tu o Rei dos Judeus?”.
Diante das máscaras que caiam naquele momento diante da Verdade se esquivou com a famosa pergunta: Que é a verdade? Que caiam todas as máscaras para sempre.

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Tarciso de Assis Jacintho, administrador.

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