Pedofilia (II) Sexualidade Polimorfa

Quando Freud aponta os quatro maiores problemas a serem enfrentados pelo homem, coloca a sexualidade como um deles. Em “Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade” (1905) diz: ‘É instrutivo que a criança sob a influência da sedução possa tornar-se perversa polimorfa e ser induzida a todas as transgressões possíveis’.

Pretendo com isso demonstrar que nossa sexualidade não segue normas ou padrões, sendo necessários dispositivos legais para se evitar barbáries. Nos casos de pedofilia são muitos os fatores que podem levar uma pessoa a praticá-la. Quero tomar o cuidado de não entrar no mérito moral, cultural e/ou jurídico, pois não é disso que me ocupo.

Se nossa sexualidade sofre mudanças, estamos condicionados às variantes do meio que favorece ou não nosso desenvolvimento como pessoas adultas, tendo em vista que o pedófilo sempre será adulto. O convívio constante com crianças e adolescentes pode também ser uma contingência. Mas não é possível deixar de apontar a responsabilidade exclusiva do sujeito, a principal das causas para a Psicanálise.

A Psiquiatria, através do DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª edição), descreve Pedofilia como uma parafilia ou transtorno de preferência sexual por crianças de idade pré-puberal ou na puberdade. O sujeito sofre e sua vida social e ocupacional fica comprometida.

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“As neuroses são determinadas pela história de amor do indivíduo”. (Sigmund Freud)

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Eu creio que já encontrei o amor de minha vida, a gente já conversa há algum tempo virtualmente. Eu ia conhecê-lo pessoalmente e o pedi em namoro. Ele aceitou, porém à noite me perguntou se nessa época que conversamos eu fiquei com mais alguém. Disse que sim, que me sentia inseguro sempre demonstrando sentimentos e ele não, e foi uma forma de minimizar meu sofrimento por este comportamento frio dele. Mas ele se chateou muito, disse que quebrei o encanto, e me bloqueou de todas as redes. Não atende mais minhas ligações. (José.)

 

Uma relação virtual, que ainda não foi construída no real está mais sujeita a problemas dessa natureza. Vínculos virtuais são carregados de idealizações, a confiança nem sempre se solidifica, e no seu caso há uma confissão de traição.

Mesmo tendo a atenuante de sempre expor seus sentimentos e ele não, é bem complicado quando há uma confissão dessas. E como as emoções estão no comando, por mais que seja plausível o entendimento de que se você foi honesto ao confessar deve ser também mais confiável, por outro lado isso afeta nossos sentimentos mais primitivos de necessidade de sermos amados incondicionalmente.

Vendo a coisa de outro ângulo, há uma queixa sua sobre a “frieza” dele em não falar do que sente, mas que para você isso gera insegurança. Ao mesmo tempo é o amor de sua vida! Sob que bases está seu sentimento por ele? Pense nisso.

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