Política educacional e o ostracismo publico

Fernando Marcos Colonnese

 

Recentemente vimos nas redes sociais o chamamento de vereadores de nossa Piracicaba a proclamar o interesse da composição de uma escola de ensino militar em nossa cidade.

Revendo passado, não muito remoto, ainda quando sentava as cadeiras dos colégios públicos estaduais, ainda em que se pese vivíamos sobre a ditadura militar Federal e nos Estados e Município o governo civil, existia um ensino complexo, de alta qualidade e comprometidos com o ensino público.

Deveras, posso salientar da época de ouro de Piracicaba, grandes Escolas Públicas como o Monsenhor Jeronimo Galo, Moraes Barros, Mello Ayres, Mello Moraes, Honorato Faustino, Professor Romão, APAF, Colégio Industrial, João Batista de Oliveira, Colégio Sud Menucci e outros.

Nestes colégios passaram grandes personalidades piracicabanas que fizeram história em nosso país, foi ainda em Piracicaba, através de alunos destas escolas que criaram o grande Salão Internacional de Humor que vive até hoje, entre seus criadores, alunos de escolas públicas de Piracicaba, tomo a liberdade de citar, Adolfo Queiroz, Carlos Colonnese e nosso saudoso Alceu Marozzi Riguetto, dentre outros.

Nas escolas havia bom relacionamento entre professores, diretores, coordenadores entre outros, formando pensadores em meio ao caos da ditadura, lembro ainda, que dentro da instituição de ensino havia um cirurgião dentista para atender a todos os alunos.

Mas as mudanças foram acontecendo, alteraram a grade curricular da educação e segregaram direitos instituídos na constituição federal em seu artigo 208 VII que diz: VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didaticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde, além de outros ainda mais básicos.

Ao que pese nossa maior indignação não é quanto a instalação de uma unidade Educacional Militarizada, mas é por uma instituição diferenciada para poucos, em nossa Constituição Federal o artigo 205 diz: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Ou seja, educação é direito de todos, dever do Estado e da família. Quanto ao Estado (Federal, Estadual ou Municipal) o que esperamos é a revitalização do ensino público, é a volta do direito de saber e pensar, a volta do conhecimento geral e a formação do Estado, dos princípios morais do que diria ao direito a liberdade, a saúde, a ética. Não uma moral institucionalizada de padrões militares, mas com civismo de cidadãos participativos como a Constituição Federal nos garante em seu artigo 5ª, somos todos iguais perante a Lei.

Este movimento de desigualdade que sobrecarrega a todos os brasileiros deve acabar, somos uma nação de guerreiros que enfrentam a cada dia a fome, o desemprego, as crises econômicas, a saúde a falta de moradia digna ao saneamento básico, e principalmente a falta de interesse político de nossos
governantes.

Basta da desigualdade, da falta de equidade entre nós, como diria Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora e não espera acontecer” avança Brasil, avança Piracicaba, educação para todos!

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Fernando Marcos Colonnese, advogado, MBA Gestão e Negócios. E-mail: [email protected].

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