Queda das exportações, como resolver

Max Pavanello

 

Recentemente, vi uma matéria em um dos jornais locais cuja manchete anunciava queda de 41% nas exportações da Região Metropolitana de Piracicaba.

Apesar de não ser especialista no assunto, Comércio Exterior sempre me desperta a atenção, pois me traz à lembrança meu saudoso pai, que durante anos foi Gerente de Importação e Exportação na antiga Itelpa.

Também, porque meu primeiro emprego foi de assistente administrativo numa empresa de despachante aduaneiro em Campinas. E, por gostar do tema, acabei aliando direito e comércio exterior em minha monografia de conclusão do curso. O tema foi “a extrafiscalidade dos impostos de importação e exportação”.

Em 2020, quando começamos a fazer o Projeto Municipal de Desenvolvimento – PMD, o plano de governo da nossa então candidata a prefeita Carolina Angelelli, hoje presidente do PDT de Piracicaba e pré-candidata a deputada federal, pedi para incluir um tópico sobre comércio exterior e ela me incumbiu de apresentar o projeto.

Procurei o meu professor de Comércio Exterior do MBA em Gestão e Negócios, que fiz na Unimep, o professor Mário Pólis, que nos ajudou na montagem.

No nosso projeto, analisamos o cenário daquela época. Aliás, abram-se aspas, o PMD feito sob a batuta de Carolina Angelelli teve essa marca, primeiro foi feito diagnóstico do que já existia e depois apresentou-se propostas factíveis.

Piracicaba ocupava a 6ª posição do ranking de exportações e a 10ª no ranking de importações dentro do Estado de São Paulo.

Mas, apesar de bom volume de exportações e importações, que nos colocava no TOP 10 do Estado de São Paulo, era possível detectarmos alguns pontos de vulnerabilidade.

Um problema claro que se detectava, e permanece, é a concentração de volume de exportações e importações em apenas duas empresas. Nossas exportações concentram-se em produtos de uma única empresa (cerca de 60%), enquanto importações, apesar de mais diluídas, têm predominância em outra empresa (cerca de 25%). Esses percentuais eram de 2020, mas não diferem significativamente do cenário atual.

A concentração do volume nessas duas empresas é ponto de vulnerabilidade porque a oscilação do mercado acaba impactando direta e significativamente nossas exportações e importações.

Logo depois que apresentamos o nosso PMD para a Justiça Eleitoral, por coincidência, uma manchete estampava os jornais: “Piracicaba fica em 2° lugar na queda das exportações”.

Na matéria recente (16.01.2022), os números analisados pela economista Cristiane Feltre correspondem à Região Metropolitana de Piracicaba nos deixa um alento, pois, apesar da queda das exportações no ano de 2021, quando se comparam os meses de dezembro de 2021 e de 2020 vê-se que houve crescimento.

Mas, a questão fulcral é a concentração das exportações. No caso de Piracicaba, concentração em produtos de uma única empresa, que nos deixa extremamente vulneráveis e suscetíveis às oscilações de mercado.

Nosso projeto para ao Comércio Exterior chamou-se Plano Municipal de Desenvolvimento em Internacionalização – PMDI, cujos objetivos eram a busca de alternativas para recessão de mercados; geração de conexões com culturas diferentes; avanços no desenvolvimento de tecnologias; atração do turismo regional, nacional e internacional; atração de novos negócios e empresas, de modo sustentável; melhoraria da qualidade de vida (social, ambiental, econômica e cultural).

Foi constituído sob 4 pilares: atração de empresas; atração de investimentos; turismo; educação e cultura, convergindo todos para internacionalização de Piracicaba.

Nosso PMDI é um projeto completo. Cada um dos seus pilares minuciosamente detalhado e possuía cronograma de implantação e com foco geração de emprego e renda e no desenvolvimento econômico sustentável.

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Max Pavanello, advogado, vice-presidente do PDT de Piracicaba, Conselheiro Estadual da OABSP

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