Pânico (II) – Neurociência

Para o psiquiatra e psicanalista Dr. Mário Eduardo Costa Pereira (UNICAMP), “as pesquisas experimentais e psicofarmacológicas são indispensáveis porque remédios aliviam o sintoma que é muito desesperador e incapacitante. Nessas pesquisas, porém, a palavra que se dá ao paciente relaciona-se às perguntas que o médico quer fazer: ‘quantas crises teve hoje?’ classificaria a crise como moderada, intensa, muito intensa.”

Ao fazer isso a medicina coloca sua grade no discurso do paciente, o que contraria o trabalho analítico. Para Costa Pereira o problema do pânico é exemplar da ideologização da abordagem neurológica: “Temos aí um reducionismo explicativo, onde o cientista reduz o conjunto da explicação de um fenômeno exclusivamente à sua própria maneira de ver (…) um reducionismo na forma de conceber e explicar aquilo que se estuda. O problema psicopatológico é reduzido ao genoma do paciente, à serotonina [neurotransmissor envolvido no controle das emoções]”, comenta.

Nessa abordagem a história social, a cultura, a economia, o universo simbólico e a subjetividade do sujeito são excluídos do tratamento. Um fenômeno que causa ansiedade, depressão e angústia à pessoa não pode reduzir seu tratamento a neurotransmissores, devendo sua complexidade ser considerada.

 

Fonte:http://www.unicamp.br/

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“A civilização começa com a repressão”.(Sigmund Freud)

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Tenho um ex-namorado que sabe que ainda o amo, então sempre me convida para transar. Mas ele não quer compromisso para poder ter outros casos, e eu não aceito isso. Já estamos separados há mais de três anos e como ainda me sinto envolvida, percebo certo sadismo dele, pois insiste em afirmar que “ninguém é de ninguém”, e me propõe um relacionamento aberto – estarmos juntos e ambos sairmos com outras pessoas. Acho isso imoral, nojento, e embora já tenha tido vários namorados, foi sempre um de cada vez. Ele sabe que sinto ciúmes, e até acho que foi a maneira que achou para me agredir. Seria ele narcisista?

Leni.

Chama-me a atenção estarem tanto tempo separados e pouco ter se modificado nos sentimentos. Ele ainda age e você sente como antes. Considerando os princípios e valores dele que surgem em sua questão, é fácil imaginar que uma proposta do gênero lhe chegue. Ele ainda lhe tem nas mãos.

Faz parecer que ele seja o vilão e você uma vítima. Que não temos controle sobre nossos sentimentos é uma coisa, mas isso não nos isenta de nossa responsabilidade sobre eles. Seu ciúme, seu amor por ele e todo o resto são seus. E são justamente esses elementos que dão suporte para que ele aja com você como descreve. Se ele é sádico não sei, mas esse é o movimento do desejo. Se houvesse um afastamento e ausência de sua parte poderia ponderar melhor isso tudo. Mas é capaz? É o que deseja?

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