Prefeitura: 365 dias de “chororô”; agora, chega!

Barjas Negri

 

Assistimos a uma inoperância da nova gestão à frente da Prefeitura ao longo deste ano de 2021. Há que se dar um desconto por conta da pandemia da Covid-19 e porque executou um Orçamento Municipal aprovado em nossa gestão em 2020. Mas, não é demais lembrar também que deixamos um superávit orçamentário que gostaríamos de explicar.

A Prefeitura de Piracicaba fechou o exercício de 2020 com superávit tanto orçamentário como financeiro. O atual secretário municipal de Finanças, Artur Costa Santos, em audiência na Câmara de Vereadores, reconheceu que, na nossa gestão, encerrada em 31 de dezembro, foi deixado um superávit de R$ 91.786.752,42. O valor é a diferença entre a disponibilidade financeira (R$ 171.703.095,77) menos o passivo a pagar (R$ 22.428.060,23) e o que já está empenhado e para liquidar (R$ 57.488.283,12).

O pouco que fizeram foram obras contratadas em nossa gestão, como as Unidades de Saúde da Família de Anhumas, Vida Nova e Vem Viver/Jardim Piracicaba; a sede da 1ª Cia da Polícia Militar no Jardim Esplanada/Pauliceia; o CASE da Vila Sônia/Vem Viver; algumas melhorias viárias licitadas na nossa gestão, com recursos de emendas parlamentares; obras de drenagem contratadas com financiamento junto à Caixa Econômica Federal entre outras.

Quase que esqueço da inauguração da escola infantil (creche) do Vida Nova inaugurada com a presença do governador João Doria, obra que foi concluída na nossa gestão em maio de 2020 em plena pandemia. Tivemos ainda a “conclusão” das piscinas do Complexo Aquático, depois de muito falatório.

Lamentavelmente, foram interrompidas as obras da creche do Tatuapé e se arrasta a “passos de tartaruga” a construção da Policlínica do Parque Piracicaba. Além disso, foram canceladas algumas concorrências de pequenas obras, mas importantes para a população como a reforma de centro comunitário, pista de skate, construção de escadaria em bairros. Claro dá para novas licitações. Basta ter compromisso social.

Por outro lado, perdeu-se muito tempo com a “lenga-lenga” da herança maldita do governo anterior, do “sucateamento” da estrutura administrativa de várias secretarias, “falta de funcionários”, quando, em plena campanha eleitoral, o atual governo dizia que “a Prefeitura está inchada”, “não temos verbas” porque não se colocou no Orçamento.

Isso era dito em reuniões, entrevistas, nas poucas visitas às comunidades, nos encontros com empresários e lideranças. E por que será disso? Quem passou vários anos administrando a cidade ainda mantém uma rede de conhecimento e de articulação com vereadores, lideranças e empresários e assim por diante. É normal ser convidado para eventos, confraternizações, aniversários, um cafezinho. Nesses encontros sempre surgem muitos comentários a respeito do novo governo, insinuações e reclamações. E vejam que eram muitas.

Uma cidade grande como Piracicaba, com características de “cidade inteligente”,  espera sempre mais de seus governantes, que precisam trabalhar mais, planejar mais, ouvir mais, dedicar-se mais e errar menos para enfrentar e resolver os problemas, que são muitos. O que ouvimos é da dificuldade de se resolver problemas reais e imediatos. Por meio de lives, com pequena parcela da população e diversos correligionários, não se resolvem os problemas daqueles que dependem das ações sociais da Prefeitura.

Um ano se passou, o “chororô” foi constante, as realizações poucas, e a maioria improvisada e emergenciais, exceto as de ordem destrutivas em diversas secretarias. Agora, aprovou-se o Orçamento Municipal 2022 de R$ 2,0 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão a ser aplicado pela Prefeitura no próximo exercício, e espero que se encerrem as “desculpas” para a não realizar mais para a sociedade.

A cidade e a sociedade esperam mais realizações para melhorar a qualidade de vida, principalmente para aqueles que mais precisam. O ano de 2022 não pode copiar 2021, senão estamos todos danados e não haverá live que vá dar conta. Agora, chega! Mais trabalho em 2022.

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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

 

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