Fechando o ano

Rubens Santana de Arruda Leme

Num misto de saudades e gratidão inicio esse artigo, agradecendo aos céus por esses dois seres maravilhosos que me deram a chance de viver a incrível aventura humana, meu pai e minha mãe, que já não se encontram no plano  terreno. É a lei da vida.

Ambos humildes funcionários públicos, que não enriqueceram, não se corromperam, dedicaram a maior parte de suas vidas a serviço do estado e assim nos criaram com dignidade. Faço esse preâmbulo, num momento emblemático da história do nosso país, para informar aos hipócritas de plantão e analfabetos políticos, que a esmagadora maioria dos servidores públicos é honesta, não é constituída por marajás, recebe modestos salários e sacrifica sua  vida na construção de uma sociedade mais justa. Sem essa classe de abnegados(as) a  vida das pessoas, em especial as mais pobres, seria muito mais sofrida.

O(a) prezado(a) leitor(a) vai perguntar, e o ano que está por terminar como foi?

Se tivesse que resumir diria que os últimos três anos, se caracterizaram como uma tentativa ignóbil de conter o avanço do nosso processo civilizatório, mas ainda que eu não seja o fantástico Roberto Carlos, vou me aventurar a alguns detalhes (linda música).

O pesadelo começou lá em dois mil e dezoito, com a eleição da farsa chamada Jair Messias Bolsonaro. Por indução, novas legendas tiradas da cartola pela direita e similares para enganar os incautos, também galgaram ao poder em especial nos munícipios, trazendo dessa forma para as cidades a mediocridade, o revanchismo conservador, a ignorância política, o desrespeito a cultura e a história, a ausência de visão estratégica, enfim o fascismo tupiniquim, que tem no chefe maior da nação o seu maior propagador.

Passados três anos desse engodo histórico, parece que caiu a ficha de boa parte dos iludidos, enganados que foram pelo candidato dito novo (já havia exercido iniquamente diversos mandatos como deputado federal, perambulando por meia dúzia de partidos), eleito através de mentiras e que mantem a prática durante o mandato. Tudo indica que a maioria da população está vacinada não só contra o corona vírus, pois não haverá facada nem “auxílio eleitoral” que recupere o falso prestígio do mito de pés de barro.

Não fosse a costa larga junto a setores das forças armadas e das polícias, a federal agora agraciada com privilegiado aumento e a compra do antes execrado centrão, a vaca já teria ido para o brejo.

A frustrada tentativa de condenar as esquerdas, em especial o PT e suas principais lideranças, a velha cantilena de combate ao comunismo e à corrupção (só a dos adversários…), o negacionismo genocida no combate a pandemia, provocando a tragédia de mais de seiscentas mil mortes, a falta de um projeto político que resolva nossa vergonhosa distribuição de renda e da riqueza, levaram o nosso povo sofrido a cair na real e uma grande luz começa a acender no final do túnel.

Nós, democratas e humanistas, não podemos abaixar a guarda, é preciso continuar resistindo ao obscurantismo e ao atraso, para que o Brasil volte a ser feliz, um país de todos (as) os (as) brasileiros(as).

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Rubens Santana de Arruda Leme, técnico químico, Supervisor de Higiene e Segurança do Trabalho, Representante Comercial Autônomo; [email protected]

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