2021 foi um ano intenso para a Prefeitura de Piracicaba: UFA!

Barjas Negri

 

Impressionante o ativismo destrutivo da atual gestão à frente da Prefeitura de Piracicaba em tempos de pandemia neste ano 2021, o primeiro da atual gestão. A agilidade com que fechou o cursinho municipal pré-vestibular e o Observatório Astronômico Municipal demonstrou muita competência. Na área da Cultura destaca-se o fechamento de duas bibliotecas comunitárias (Vila Industrial e Parque Orlanda) e a interrupção do programa Movimentação Cultural, que levava cultura aos bairros.

Na área do Esporte lamentavelmente a Prefeitura suspendeu todos os convênios do Chamamento Público, prejudicando mais de 1.600 pessoas ligadas a 14 entidades, nas quais crianças e adolescentes praticavam 24 modalidades esportivas diferentes, tanto masculino, feminino, para Terceira Idade e PCD (Pessoas com Deficiência). Ainda nesta área tivemos o fechamento do Centro Esportivo Central (Selam/Cristóvão Colombo) e do campo do Peixinho (Nova Piracicaba).

Na área da Assistência Social, ocorreu o lamentável fechamento do Lar das Ruas, que atendia 60 pessoas em vulnerabilidade social. Isso em plena pandemia da Covid-19. Além disso, estão tentando desativar a Pinacoteca Miguel Dutra e transformá-la num lugar mais “seguro” cedendo à Polícia Federal. Há ainda uma proposta de desativação da Biblioteca Municipal Ricardo Ferraz, tudo em nome do fortalecimento do Projeto Cultural Engenho Central, numa demonstração de descaso cultural, desrespeito aos artistas, professores, intelectuais da cidade e a população em geral.

Não é demais lembrar que Piracicaba deixará de ter seu Hospital Público Veterinário, porque a atual gestão abriu mão de R$ 5 milhões que seriam aplicados pelo Estado na sua construção e aquisição de equipamentos. Mais um desrespeito à sociedade civil e à população de baixa renda que têm seus animais domésticos – cães e gatos.

Para não ser injusto é preciso destacar que, na tentativa de melhorar a merenda dos alunos, que foi boa e reconhecida em todo Estado, conseguiu regredir, estabelecendo três contratos emergenciais, com três empresas diferentes e preços bastante diferentes para o mesmo serviço. Mas isso é tarefa de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado. Temos que registrar os problemas que as merendeiras enfrentaram neste período e não lemos ou ouvimos um posicionamento da Prefeitura na defesa dessa categoria de trabalhadores.

A inoperância da Prefeitura fez com que o contrato da Zona Azul Digital se expirasse, deixando uma verdadeira “zona” no estacionamento rotativo de carros nas áreas comerciais por quase 10 dias. Graças à interferência do Poder Judiciário, que determinou a celebração de um contrato emergencial por seis meses, o problema foi resolvido. Agora, cabe à Prefeitura fazer um processo licitatório para a execução do serviço.

Contratou emergencialmente a construção de um anexo metálico à UPA do Piracicamirim com 42 leitos e 600 m2, por R$ 5,3 milhões, sabendo que a nova UPA da Vila Cristina/Jaraguá, com 52 leitos, e 2.400 m2 custou, completa, menos de R$ 4,9 milhões. Pasmem! A justificativa para o emergencial era a pandemia da Covid-19 e, até agora, não tem um único paciente com a doença e os leitos são pouco ou quase nada utilizados.

Além disso, a Prefeitura desprestigiou toda uma classe trabalhadora transformando a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (Semtre) num departamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Semdettur), não reduzindo qualquer custo.

Para finalizar procurei ler e reler o Plano 25, apresentado na campanha eleitoral 2020, e não vi citada qualquer das ações executadas e mencionadas aqui. Como escrevi antes, o dinamismo destrutivo foi intenso em 2021. Ainda bem que o ano tem apenas 12 meses, pois poderia ser pior se o ano fosse mais extenso. Vamos aguardar 2022!

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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

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