O cristão, a festividade natalina e o ano novo

Alvaro Vargas

 

A celebração do Natal que ocorre neste mês de dezembro é tradicionalmente um encontro de familiares e amigos, em ambiente cordial e festivo. Mesmo que o espírito natalino esteja acima das convenções sociais, eventos como esses, que conseguem unir as pessoas em um clima de cordialidade, também possuem o seu valor, pois é uma oportunidade de estreitar os laços de amizade e troca de experiências entre os seus participantes. Importante que nessa celebração não nos esqueçamos do aniversariante, pois o seu nascimento lhe exigiu sacrifíciosque não temos ainda condições de aquilatar. Conforme o espírito Emmanuel (A Caminho da Luz, Chico Xavier), a reencarnação de Jesus foi tão importante quanto a construção de nosso planeta. O mês de dezembro, provavelmente, não foi a data de seu nascimento, pois nessa época é inverno no hemisfério norte, e segundo as Escrituras, havia pastores e animais no campo.A razão dessa escolha, foi a adaptação do politeísmo ao cristianismo primitivo, atendendo aos interessesdos líderes religiosos da época, durante o estabelecimento da igreja apostólica romana. Entretanto, o dia exato de seu natalício é irrelevante. A sua mensagemde amor, inigualável, marcou a história de nossa civilização entreantes e depois dele. Coincidentemente, sendo o último mês do ano, é uma época de reflexão. Esta festa natalina deve ser celebrada com moderação,evitando-se os excessos que acontecem por vezes em nossos eventos sociais. Como cristãos, devemos aproveitar a oportunidade e realizar uma análise retrospectiva deste ano, sobre os motivos que nos levaram ao sucesso e ao fracasso em todas as ações empreendidas, tanto no aspecto material como espiritual. E, refletir sobre os compromissos que poderemos assumirpara 2022.

Jesus é o nosso guia e modelo de conduta. Com o seu exemplo e os seus ensinamentos, temos condições de aprender a amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos (Mateus, 22:37-39).Essa proposta é uma meta arrojada, e será alcançada ao longo dos milênios, dentro de um processo que contempla inúmeras reencarnações. Portanto, no desenvolvimento da autocrítica, estejamos cientes que somos almas imperfeitas em evolução, e que qualquer análise sobre equívocos passados deve estar associada ao auto perdão, pois iniquidades são consequências naturais dentro do mecanismo reencarnatório. Evidentemente, somos responsáveis pelas faltas cometidas, e devemos buscar a reparaçãopelos desacertos que possamos ter ocasionado direta ou indiretamente,a quem quer que seja.Recordemos que Jesusteve por berço uma manjedoura e, nos instantes finais de sua trajetória terrena, lavou os pés de todos os apóstolos em uma demonstração inequívoca de que a humildade é um pré-requisito, imprescindível no autoconhecimento para arealização de nossa reforma íntima.

Mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos este ano, devemos compreender que embora não possamos sondar os planos divinos, Deus é, invariavelmente, justo e bom. Nada acontece por acaso, e até mesmoas pandemias eas catástrofes naturais fazem parte da lei de transformação, necessáriapara a evolução de nossa humanidade. Nosso criador conhece as nossas limitações, e ninguém é submetido a desafios maiores que a sua capacidade de superação. Somos espíritos eternos. Os que partiram apenas se retiraram do mundo material e aguardarão nova oportunidade para retornarem ao teatro terrestre. Jesus, como governador espiritual da Terra, não improvisa,e continua trabalhando no coração dos homens para concluir a implantação do seu reino de amor entre nós. Devemoshonrar os nossos compromissos com retidão e honestidade e cultivar a fraternidade com os nossos irmãos em humanidade. Oremos e vigiemos, fortalecendo a nossa fé em Deus e em nós mesmos, para com otimismo e determinação, superar os desafios terrenos. Que este Natal seja mais uma oportunidade de nos aproximarmos de Jesus, recorrendo sempre a ele, nosso amigo, que se comprometeu a “nunca nos deixar órfãos” (João, 14:18).

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

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