Virtual (II) Tratamento Psicológico

Para se fazer uma omelete é preciso quebrar ovos”.(Sigmund Freud)

 

Uma forte corrente de psicólogos, no embalo das mudanças da globalização se intitulam “desbravadores” por oferecerem atendimento online via comunicadores e webcam.

A primeira questão que se impõe é a perda do contato pessoa-pessoa, que fica mediada pela máquina. Por melhores que sejam os recursos utilizados, paciente e profissional ficam ‘protegidos’ da exposição necessária a todo tratamento dessa natureza. Aliás, os profissionais que já se utilizam dessa modalidade de atendimento consideram a comodidade uma vantagem. Não é!

O olho no olho, a leitura corporal e todas as reações que uma webcam esconde são intrínsecos ao tratamento.

Uma pessoa com depressão não tem vontade de comer, tomar banho, trocar de roupa, sair, etc. Aparentemente seria uma solução. Mas se por conta da depressão o sujeito se retrai, como pensar em tratá-lo favorecendo mais retração? É o mesmo com a timidez, cujas barreiras do encontro real precisam ser trabalhadas e possivelmente superadas.

Hoje em dia é fácil encontrar profissionais credenciados em seu CRP, com número de registro, etc., via internet. Qualquer pessoa pode se apresentar como psicólogo sem sê-lo. Quem garante o sigilo? Não está sendo gravado? Sem quebrar os ovos não se faz omelete, sem a presença não se trabalha a angústia na raiz.

A análise é um projeto ousado.

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“O sucesso substitui todos os argumentos”. (Sigmund Freud)

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Sou extrovertida demais, tenho um lado criança bem evidente que acaba afastando quem está interessado por mim ou fazendo com que perca o interesse e não me leve a sério. Acredito que um pouco dessa dificuldade seja do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). Como demonstrar que mereço ser levada a sério, que mereço uma chance?

Fabiana, 32

 

Quem lhe diagnosticou com TDAH foi um psiquiatra? Muita gente conhecendo um pouco dos sintomas faz auto diagnóstico, o que pode levar a erros perigosos.

No caso de um diagnóstico médico, está sob tratamento? Sente-o surtir efeitos positivos? Faço essas perguntas, pois em sua queixa você considera a possibilidade de uma interferência dos sintomas do TDAH, mas prefiro pensar sua queixa considerando sua implicação nela.

Se estiver à procura de um companheiro, e se tem sua personalidade moldada dessa forma brincalhona, deve pensar o que procura em um homem. Mas até a brincadeira tem um momento que deve dar espaço ao diálogo adulto.

Com 32 anos você já entende bem isso, e corre o risco de ser sempre vista como infantilizada, que não merece ser tratada como adulta se não souber mudar o canal na hora certa. Há tempo de brincar e de falar sério.

Talvez esteja faltando discernimento, ou está acomodada numa posição imatura. Isso é você quem sabe.

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