Alvaro Vargas
Interagimos com o mundo espiritual mesmo que não possamos enxergá-lo, excetuando-se os médiuns videntes, que conseguem descortinar apenas parte do que existe no outro plano da vida. Existem 7,9 bilhões de almas reencarnadas na Terra, e “uma população de 22 bilhões espíritos vivendo na erraticidade” (Lírios de Esperança, cap. 03, ErmanceDufaux e Wanderley de Oliveira). Essa presença espiritual ao nosso lado, foiidentificada pelo apóstolo Paulo: “visto que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hebreus, 12:1).Esses espíritos são as almas dos homens que já desencarnaram. Como o orbe terreno situa-se na categoria espiritual de planeta de “Expiações e Provas”, onde predomina a maldade, o aspecto moral da população nos dois planos da vida se assemelha. Como consequência, predomina a existência das entidades moralmente atrasadas.
Felizmente, os espíritos evoluem, e a situação moral da Terra irá se modificar até o final deste século, após concluir a transição pela qual estamos atravessando, quando nosso planeta ascenderá à categoria de “Mundo de Regeneração”, através do expurgo para mundos inferiores das almas recalcitrantes no mal e a imigração de espíritos superiores de outros planetas para a Terra. Até lá, teremos de conviver em uma atmosfera espiritual compredominância das vibrações negativas, originadas pelos pensamentos e ações perversas dos homens. Como as barreiras físicas não são impedimentos para os espíritos, eles podem adentrar-se em nossos lares, locais de trabalho e lazer, desde que encontrem um ambiente propício para fazê-lo. Dessa forma,nossa convivência com eles é frequente, e segundo Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Q.458), “dependendo do nível moral dessas entidades, se forem levianos, riem das dificuldades que nos criam, zombando das nossas impaciências; se forem espíritos sérios, lamentam os nossos fracassos e nos ajudam”.
Para os lares em que predomina a fraternidade entre familiares e, principalmente, há a realização do “Evangelho no Lar”, barreiras magnéticas protegem o ambiente e não permitem a entrada dos espíritos perturbadores, particularmente nas dependências do laronde ocorre uma maior intimidade do casal. Nesse local, mesmo nas situações em que é requerida a presença dos mentores espirituais, como a reencarnação de um espírito, é aguardadaa finalização do intercurso sexual, já que a própria ciência esclarece que afecundação do óvulo materno somente ocorre algumas horas após a união genésica. O espírito André Luiz cita que “os momentos de intimidade no tálamo conjugal são sublimes e invioláveis nos lares construídos em bases retas” (Missionários da Luz, cap. 13, Chico Xavier).
Sabemos quea convivência com pessoas de má índole pode afetar o nosso discernimento, e issofoi ressaltado pelos mensageiros do Cristo, conformemencionado por Salomão, “o que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído” (Provérbios, 13:20), e pelo apóstolo Paulo, “não vos enganeis! As más companhias corrompem os bons costumes” (1 Coríntios, 15:33).Similarmente, a companhia dos espíritos moralmente inferiores afeta negativamente o nosso comportamento. Isso é preocupante, pois de acordo com Allan Kardec (O Livro dos Espíritos, Q.459), “geralmente são os espíritos que nos dirigem”. Temos a liberdade de pensar o que quisermos, mas a nossa sintonia mental é que define o padrão moral dos espíritos junto de nós. Como a internet facilitouo acesso a diferentes categorias de literatura e filmes, e considerando o atraso moral de nossa humanidade, vivenciamos hoje uma verdadeira pandemia obsessiva dos espíritos inferiores. Dessa forma, com relação as nossas escolhas, vale recordar o apóstolo Pauloqueadvertiu: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada domine” (1 Coríntios, 6:12).
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita