Redução da mortalidade infantil em Piracicaba

Barjas Negri

 

Há 20 anos, a taxa de mortalidade infantil em Piracicaba era de 14,6 por nascidos vivos. Isso mesmo: de cada 1.000 crianças nascidas vivas, quase 15 delas morriam antes de completar um ano. Essa taxa era pouco superior à taxa do Estado de São Paulo. Era preciso reduzi-la, criando bons programas de saúde pública e envolvendo nessa luta a sociedade civil.

Foi a partir daí que surgiu o Pacto pela Vida Contra a Mortalidade Infantil, com diversas ações, envolvendo inicialmente a Rede de Atenção Básica da Prefeitura com os seus profissionais (médicos, enfermeiros e técnicos). A esse grupo juntou-se a rede hospitalar e houve a ampliação das UTIs neonatal. Foi criado o Centro de Atenção à Saúde da Adolescente. Houve o apoio da Pastoral da Criança e muito trabalho de voluntários.

Esse conjunto de ações e de pessoas garantiu bons resultados, permitindo às gestantes adolescentes e adultas uma gravidez mais saudável, com maior número de exames de pré-natal e o nascimento de bebês saudáveis.

O programa Bolsa Família auxiliou as famílias mais vulneráveis, permitindo auxílio financeiro para melhorar a alimentação das suas gestantes. Em paralelo, a Prefeitura e o Semae implantaram o programa Água para Todos, chegando em quase todos domicílios e, ao mesmo, tempo houve a extensão da rede coletora de esgoto.

Vale mencionar que o programa de urbanização de comunidades, envolvendo várias secretarias municipais, levou saneamento básico para mais de 5.000 famílias em mais de 35 dessas comunidades. Todos sabem que um bom saneamento básico significa mais saúde para a população, reduzindo a mortalidade infantil e materna.

O resultado se tornou expressivo em poucos anos, com a redução imediata na taxa de mortalidade infantil, alcançando a marca de 9,8 por 1.000 crianças nascidas vivas no quadriênio 2017/2020, abaixo da média estadual. Foram centenas de bebês salvos, evidenciando a importância dessa efetiva política pública que precisa continuar e ser aperfeiçoada. Não é demais salientar que durante a pandemia de 2020 e, agora, em 2021, ampliou-se o número de comunidades de favela em decorrência do desemprego, ampliando o número de famílias em situação de vulnerabilidade.

Certamente nessas novas comunidades temos dezenas de gestantes, que precisam de atenção do poder público e da continuidade da urbanização e, em especial, com fornecimento de saneamento básico. Todo cuidado é pouco, sob o risco de não se reduzir a mortalidade infantil ou, o que pode ser pior: o seu aumento. Fechamos o ano de 2020 com uma taxa de mortalidade infantil de 9,2, índice que deve ser comemorado e acompanhando de cumprimentos a todos que participaram desse processo.

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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

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