Violência (IX) – Crescimento desde 1980

Desde 1980 a população do país passou de 119 para mais de 213 milhões de habitantes, um crescimento de 78%. No mesmo período houve um aumento aproximado de 260% nos homicídios. Em 1980 o Brasil registrou 13.910 homicídios, mas já ultrapassamos de longe a marca de 50.000.

Em 1980 houve 11,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto esse número hoje passou a mais de 30, o que representa um aumento real superior a 160%.

Um dado curioso é a quebra do crescimento de homicídios de 2003 em diante. O crescimento se mantinha em 4,4% ao ano passando a 1,4%, registrando queda. Os anos que se seguem registram oscilações intercaladas, um ano cai o seguinte sobe o que denota um equilíbrio instável.

Havia várias tentativas de explicação para esse fenômeno: políticas de desarmamento, planos e recursos federais e estratégias de enfrentamento de algumas Unidades Federais atuando concomitantemente.

Nesse tempo todo o Brasil já ultrapassou um milhão de homicídios. A magnitude desse número é tal que estudos do Instituto Sangari o equiparam a mortes registradas em grandes conflitos armados ocorridos na segunda metade do século passado, quando enfrentamos a Segunda Guerra Mundial.

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“Seriamos melhores, se não fossemos tão bons”. (Sigmund Freud)

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Tenho obtido sucesso em meu tratamento psicoterapêutico, com algumas recaídas que resolvo com o Rivotril. Descobri que sou ótimo observador e conselheiro, minha família sempre me ouve. Apesar de não dirigir bem minha vida, sou um apaziguador da família que vive em conflitos. Por ter tido tantos problemas psicológicos gostaria de fazer Psicologia. Gosto do assunto, de aconselhar, filosofar. Acha isso viável pelo meu relato? Gostaria de seu conselho profissional.

Álvaro, 20

 

Para lhe ser sincero, aconselhamento não deveria ser o forte de um psicólogo. Nossa clínica é a clínica da escuta, do ouvir aquele que nos procura com sua angústia.

Se um amigo me pede posso até dar dicas ou conselhos, mas estarei fora do âmbito profissional e jamais seria algo clínico. Essa é uma confusão freqüente entre os leigos, que se julgam um pouco psicólogos porque seu amigo lhe pediu um conselho. É contraproducente isso na clínica, numa relação com o paciente.

É condição imprescindível que você não esteja envolvido no problema para poder oferecer alguma ajuda profissional. Não é isso que acontece entre você e seus familiares.

No entanto, isso não o impede cursar psicologia. Mas também o fato de ter tido problemas psicológicos não é o melhor parâmetro para uma decisão dessas. Enfim, as possibilidades estão todas abertas. Cabe-lhe decidir por seu desejo e se responsabilizar, eu jamais daria qualquer tipo de ‘conselho’.

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