Ensino integral ou desigualdade educacional?

Professora Bebel

 

Muitos devem se lembrar do marcante episódio, em 2019, na Escola Estadual Albino César, localizada na zona norte de São Paulo.  Foi quando alunos se reuniram no pátio em protesto contra a possibilidade de a escola aderir ao Programa de Ensino Integral (PEI) ofertado pelo governo do Estado. Depois de muita luta, a direção refutou a proposta. E assim tem sido com centenas de escolas. Mais recentemente com a E. E. Sylvia Ramos Esquivel, em Diadema. A votação realizada hoje resultou em 100% de rejeição ao PEI.

Você deve se perguntar: “Mas por que essa proposta do governo é ruim, Bebel?” Eu lhe respondo com questionamentos que os próprios estudantes levantaram e que valem a reflexão:

  • É justo ter de escolher entre estudar e trabalhar?
  • As escolas vão garantir condições de infraestrutura mínimas (refeições e itens de higiene, como papel higiênico) para que os alunos permaneçam ali por mais tempo?
  • E os jovens que precisam estudar à noite, como fazem?

Para além dessas questões, esse programa preconiza um regime de dedicação exclusiva dos professores, com acréscimo de 75% de remuneração sobre o salário base. O problema é que isso vem na forma de gratificação, e o correto e justo seria que esse acréscimo fosse feito na remuneração de todos os professores e professoras.

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Professora Bebel, presidenta da Apeoesp, deputada estadual pelo PT e líder da bancada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

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