Qual a origem da depressão?

Alvaro Vargas

 

Somos espíritos eternos, criados simples e ignorantes; predestinados à perfeição. Evoluímos intelecto e moralmente através das reencarnações no plano físico e durante o período em que permanecemos no mundo espiritual). Nossa idade sideral ultrapassa 1,7 bilhão de anos (Evolução em dois Mundos, Parte-1, cap. III, André Luiz, Chico Xavier e Waldo Vieira); ainda assim, nos encontramos nos limiares de nosso processo evolutivo, habitando um planeta de provas e expiação em vias de ser elevado à mundo de regeneração, o que explica a existência de iniquidades na Terra.Deus nos concedeu o livre arbítrio para que evoluíssemos pelos nossos próprios méritos, sujeitos à lei de “Causa e Efeito”. Quiso Criador que aprendêssemos a conviver em harmonia com os nossos semelhantes mediante o desenvolvimento da consciência de que toda ação gera uma reação proporcional à sua causa. Essa lei divina nos possibilita compreender que a evolução da humanidade guarda estreita relação com a fraternidade e com o amor que dedicamos ao próximo, ela nos indica que o caminhar no sentido oposto, dentre outras consequências deletérias, pode originar enfermidades na alma que possivelmente se exteriorizarão no corpo físico, nesta e/ou nas reencarnações subsequentes.

Na visão espírita, embora a depressão possa ter a sua origem nos traumas desta reencarnação, todas as experiências pretéritas estão interligadas como os elos de uma corrente, impactando em nossa saúde mental. Nos casos de depressão, há, como causa principal, os desvios das encarnações passadas, e os seus efeitos devem ser analisados como corretivos necessários para a cura espiritual. Partindo dessa premissa, o espírito Adamastor (Ícaro Redimido, cap. 21, Gilson Freire) esclarece que “a depressão, em qualquer de suas variantes, é uma consequência da posição de arrogância cultivada pelo ser na aventura de superar a si mesmo e aos semelhantes, através do abuso do poder, a egolatria, a vaidade e a doentia exaltação do ego. A perda de todos os recursos orgânicos e psíquicos que caracterizam essa patologia é consequência natural dos abusos do amor-próprio na aventura da vida.”

Felizmente, independentemente da situação em que nos encontremos, Deus sempre nos concede a possibilidade de atenuar o sofrimento, conforme a mudança de atitudes, pois “o amor cobre uma multidão de pecados” (1 Pedro, 4:8). As enfermidades que se manifestam no corpo físico, são efeitos da semeadura invigilante do passado, particularmente o egoísmo e o orgulho, chagas da alma e fatores preponderantes na origem da depressão e do suicídio. Por isso mesmo, o Mestre nazareno em diversas ocasiões advertiu: “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado” (Mateus, 23:12), e “se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro e o servo de todos” (Marcos, 9:35). Jesus exemplificou a humildade até o último momento de sua encarnação na Terra, mesmo momentos antes de ser preso, conforme demonstrou ao lavar os pés dos seus discípulos (João, 13:1-15).

O espírito Adolfo (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7, Allan Kardec) alertou-nos que “o orgulho quando chega ao limite, tem-se o início da queda. De tempos em tempos Deus nos envia golpes para nos advertir, contudo, se ao invés de nos humilharmos, revoltamo-nos, então, uma vez cheia a medida, Ele nos abate completamente e tanto maior é a nossa queda quanto mais alto tenhamos subido”. A depressão é uma doença que tem como principal característica a alteração do estado de humo, fazendo com que a pessoa se sinta triste e desanimada. Embora o uso dos psicofármacos possa atenuar os efeitos da depressão, a verdadeira cura só será atingida através da drenagem das energias negativas acumuladas em nossa alma, fruto da nossa imprevidência nas existências pregressas. A única alternativa para recuperarmos plenamente a saúde é pautar as nossas ações nos postulados do Cristo.

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Alvaro Vargas, engenheiro  agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

 

 

 

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