Violência (VII) – Juventude

Desde 1998, quando o primeiro mapa da violência foi divulgado, surgiu praticamente um mapa por ano. Metade deles aponta a juventude como sua principal vítima. Foram considerados os casos de homicídio, suicídio, acidentes de trânsito com vítima fatal.

Em edições passadas falamos que as raízes da violência residem na desigualdade social, disputa de classes onde um grupo tem acesso aos bens de consumo enquanto o outro é responsável por sua produção, mas impedidos pelo capital de seu acesso. Essa dicotomia explicitamente capitalista fabrica a revolta de uns sobre outros.

Mas o que os mapas citados revelam vai além disso. Há uma lacuna estrutural em nossa sociedade moderna, globalizada. A chegada da globalização gerou um enorme excedente de cidadãos excluídos. Tal como na era industrial o bem de consumo era fabricado, na globalização esse bem é o acesso a alémfronteira via um terminal de computador.

Por outro lado, nossas leis protegem o menor no que eu entendo legítimo, mas lhe priva de acesso digno à educação e trabalho. Rapidamente ele descobre na marginalidade a compensação pelo dano que o estado lhe provoca. Isso explica em muitos aspectos o grande número de homicídios na juventude. Nessa esteira muitos jovens desenvolvem traços arrogantes e onipotentes na sua personalidade enfrentando pais e educadores de forma agressiva e ousada.

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“A antítese de brincar não é o que é sério, mas o que é real”. (Sigmund Freud)

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Estou confusa com a questão sexual. No primeiro encontro com um homem do virtual não sei se devo ou não ir para a cama. Mas se ele demonstra interesse muito rápido me sinto ofendida. Sinto que eles desistem logo no começo quando digo não. Sou eu a careta ou eles que só querem sexo?

 

Está claro que essas situações deflagram o conflito desejo x moral. Todo ser humano é desejante, por natureza. Em nossa vida buscamos sua satisfação, o que não quer dizer que seja sempre possível. Normas e princípios morais, religiosos, culturais permeiam nossa vida e podem gerar esse tipo de crise.

Por outro lado existe o risco de ficar trocando parceiro e a cada vez ocorrer o lance sexual. Mas avaliar qual preço deseja pagar é uma questão de foro pessoal.

Se por um lado você pensa na possibilidade sexual do primeiro encontro, por outro se ofende com o interesse, o que denota o conflito. Não me cabe em hipótese alguma defesa ou argumento, deixando com você a responsabilidade por suas escolhas, responsabilidade essa o passaporte para a liberdade.

Uma observação é necessária: encontros virtuais tendem (não necessariamente) a seguir uma dinâmica oposta aos encontros reais, quando outras leituras são possíveis, como a do corpo. Altas idealizações favorecem a entrega ao sexo, mas a manutenção da relação depende da maturidade e desejo de ambos.

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