Salvem nossas crianças e adolescentes

Deivid Marcelino

 

Na semana que é formada a nova composição do Conselho Municipal da Juventude de Piracicaba, escrevo este artigo para o pensamento e análise de como as políticas públicas voltadas para adolescentes, jovens e também a proteção de crianças, precisam ser mais discutidas em nosso país.

O último relatório emitido na semana passada pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança). Reuniu dados do período entre os anos 2016 e 2020, o estudo identificou 34.918 mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no país nesse intervalo de tempo – portanto, uma média de 6.970 mortes por ano ao longo dos últimos cinco anos.

O Brasil perde 19 crianças ou adolescentes por dia para a violência. É como se um dos maiores aviões da Boeing cheio de jovens caísse a cada 21 dias, com a grande maioria dos assentos ocupada por meninos negros.

Neste relatório também mostra que 123 pessoas dessa faixa etária, de até 19 anos, são estupradas, e as maiores vítimas são meninas em sua pré-adolescência negras e brancas.

O apontamento das principais conclusões, é que o perfil dos crimes muda de acordo com a idade. Enquanto as crianças são mortas em circunstâncias que apontam para violência doméstica, os adolescentes são afetados principalmente pela violência urbana e armada.

No total de crianças de até 9 anos mortas de forma violenta, 56% eram negras; 33% das vítimas eram meninas; 40% morreram dentro de casa; 46% das mortes ocorreram pelo uso de arma de fogo; e 28% pelo uso de armas brancas ou por “agressão física”.

As recomendações diante deste cenário apresentado no relatório, são: 1. Não justificar nem banalizar a violência; 2. Capacitar os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes; 3. Trabalhar com as polícias para prevenir a violência; 4. Garantir a permanência de crianças e adolescentes na escola; 5. Ampliar o conhecimento de meninas e meninos sobre seus direitos e os riscos da violência; 6. Responsabilizar os autores das violências; 7. Investir no monitoramento e na geração de evidências.

Diante dessas informações, não podemos permitir que mortes de crianças sejam algo simples, e que no futuro se tornem números terríveis, ainda maiores.

A proteção dos mais fracos e indefesos necessita ser debatida em todo Brasil, os números que este relatório mostra é a realidade da falta de políticas de cuidados, promoção e assistência às crianças, que são tão necessárias para que tenhamos um país com olhar voltado às crianças, adolescentes e jovens.

Sim, podemos enfrentar de frente todos estes problemas, já dizia Martin Luther King – “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”

Meninos e meninas têm o direito de viver e se desenvolver livres da violência; garantir-lhes esse direito é uma obrigação de todos.

_____

Deivid Marcelino, presidente da Juventude do PSDB Piracicaba

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima