Para o bem ou para o mal

Antonio Lara

 

Só faltava esta: a nossa próxima eleição caminha para se transformar no que de pior poderia acontecer, seja em termos democráticos e/ou republicanos. Para tanto basta avaliarmos os resultados que advirão das eleições de 2022, afinal de contas, já não é apenas a polarização — Bolsonaro/Lula — o nosso maior desafio, porquanto a doutrina aristotélica, segundo a qual, a virtude está no meio , ao invés emergir como solução, com preocupantes antecipações já se transformou numa pandemia de natureza política, cujos resultados se assemelharão iguais ou ainda graves, que os derivados pela pandemia da Covid-19.

Da nossa classe política só tem surgido os piores exemplos, posto que, em oposição aos extremos Bolsonaro/Lula, do nosso presumível centro político, no mínimo, uma dezena de pretensos candidatos à presidência da bastante maltratada Republica, encontram-se engalfinhados em lutas do tipo vale tudo. A exemplificar, as prévias já marcadas pelo PSDB, através das quais atuais governadores, João Dória, do Estado de São Paulo, e Eduardo Leite, do Estado do Rio Grande do Sul, encontram-se num disputa que chega a negar o histórico conciliador que sempre existiu no ninho dos tucanos. Pior ainda: segundo pesquisas, até então divulgadas, nenhum dos dois sequer conseguirão chegar ao segundo turno quando das eleições de 2022.

Do tetra candidato a presidência, Ciro Gomes, da sua metralhadora verbal e giratória, nenhum dos demais candidatos consegue escapar dos seus impiedosos disparos, posto que, somente ele se diz capaz gerenciar e resolver os gravíssimos desafios que nos aguardam. Ultimamente, ele tem feito do ex-presidente Lula o seu saco de pancadas.

E o Sergio Moro?Após criminalizar a nossa classe política enquanto comandou a Operação Lava-Jato, ainda não descartou a hipótese de entrar na disputa, desta feita, munido da seguinte plataforma: a de palmatória moral da nossa velhacaria política. Mesmo que já tenha sido julgado um juiz parcial.

Dos nossos tradicionais partidos, se é que assim podemos considerá-los, a destacar, o PMDB, o DEM e o PP, as únicas mudanças que conseguiram proporcionar foram em suas siglas. A propósito, o União Brasil, recém-criado, e do qual fará parte o ex-PFL, este que nos seus bons tempos chegou a eleger mais de 100 deputados federais e ao vê se transformando num partido nanico quando ainda atendia pelo apelido de Democratas, teve que se fundir com o PSL, na tentativa de, pelo menos, numericamente, não estar no máximo, com meia dúzia de congressistas.

Das eleições de 2022, sejam para o bem ou para o mal, no segundo turno, os centristas, por castigo, os ditos centristas terão que escolher se cotarão pela reeleição de Jair Bolsonaro ou pela volta do ex-presidente  Lula.

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Antonio Lara, articulista, [email protected]

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