José F. Höfling
Em meio às turbulências previstas num assunto desta natureza, a Comissão Permanente de Investigação (CPI) instalada por políticos “corajosos” — diante do desgoverno e incompetência do palácio do planalto frente a pandemia que se instalou, particularmente, em nosso País — chega ao fim.
Toda a sorte de comportamentos avessos à realidade presente desde o início foram vivenciados pela população… só não viu e não vê quem não quer… O negacionismo frequente pelo governo, desde o início, configurando a pandemia agressiva e letal, como uma gripinha sem maiores consequências, desrespeito às determinações de uso de máscara, higienização das mãos e distância estre as pessoas, ausência de qualquer sentimento em relação àqueles que morriam e seus familiares por essa doença, e não aquisição das vacinas para que se pudesse proteger a população à semelhança de outros países, tem sido presente neste governo, desde então.
Demonstrando deboche da pandemia, não somente desacreditando-a, como influindo o segmento que o seguia desde o começo (bolsonaristas) associado à proposição do kit-covid — uma mistura de substâncias comprovadamente ineficazes contra essa infecção viral —, tem sido o mote principal desse governo instalado em nosso País.
Muito se fez ao longo do desenvolvimento desta CPI, particularmente, através do depoimento de inúmeros depoentes “suspeitos”, revelando os casos mais escabrosos e mentirosos em relação à busca pela verdade. Tudo isso culminou numa quantidade de dados de volume inacreditável, agora transformado em um relatório que implica muita gente associado ao governo do País e fora dele, inclusive o seu dirigente maior. Mesmo que dificuldades apareçam daqui para frente, até mesmo o famoso “dar em nada”, nunca, jamais se fez algo assim nas décadas recentes, permitindo à população o entendimento de uma das maiores “aberrações” de ordem política presente em nosso País.
Torcemos que os “culpados” sejam responsabilizados e a população possa acreditar um pouco mais em justiça nesse País, sufocado pelo aumento do custo de vida, total ausência de “governo” naquilo que temos de maior necessidade como alimentação, meio ambiente, empregos, educação e Saúde, ou seja, Políticas Públicas, chegando ao ponto de cidadãos chafurdarem no caminhão de lixo à procura do que comer…Quem viver…verá ainda mais, o caminho que nosso País está tomando e que nós cidadãos não escolhemos…Já vivemos algo parecido e, talvez até pior, mas vamos permitir que isso se repita? O que mais precisa acontecer para que as pessoas entendam o significado de tudo isso? Já se disse: “Um povo que não conhece a sua história tende a repeti-la…”
Sessenta e nove indiciados e mais de 20 crimes descritos. Hum mil cento e setenta e oito páginas de relatório… Quem vai ser responsabilizado?
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José F. Höfling, professor da Fop/Unicamp