Qual o nosso destino após a morte?

Alvaro Vargas

 

Independentemente dos valores morais auferidos ao longo da nossa existência, sempre nos questionamos se realmente estamos cumprindo adequadamente o nosso papel na Terra, e como será a vida após a vida. As religiões divergem qual seria esse nosso destino, com o agravante de que cada seita possui o seu próprio Deus. Embora nobre em seus propósitos, ao adotarem dogmas e rituais anacrônicos, certas religiões acabam agredindo a inteligência das pessoas, afastando-as dos templos religiosos, por não atenderem aos anseios da humanidade. Como aceitar um Deus que cria um homem imperfeito? Afinal, grande parte da humanidade é facilmente arrastada pelo caminho dos vícios e da sexolatria. Que Deus seria esse, que cria o ser humano imperfeito e, depois o condena ao fogo eterno? Como explicar a justiça divina, frente às misérias que nos assolam, tais como a fome, as guerras, as intempéries, as mortes precoces, além das desigualdades sociais e da inteligência? A atuação dessas religiões, que impedem os fiéis de raciocinar, por temerem um Deus que privilegia uns em detrimento de outros, vem gradativamente se enfraquecendo, devido à evolução intelectual do ser humano, e ao aperfeiçoamento dos meios de comunicação. Percebe-se que de fato, as religiões são seres sociais que nascem, crescem e morrem (Agonia das Religiões, J. Herculano Pires).

O Espiritismo, doutrina que adota a reencarnação para explicar a justiça divina, também esclarece o que acontece com a alma após a morte biológica do corpo físico. Por intermédio dos médiuns, pessoas que se sintonizam mentalmente com os espíritos, as obras espíritas informam como é a vida no além-túmulo. Ao nos conscientizarmos de que somos eternos e reencarnamos inúmeras vezes, compreendemos que Deus é um Pai bondoso e nos oferece inúmeras oportunidades de reparação para os nossos erros. Isso traz um grande consolo pela certeza de que os laços do amor são eternos. Aqueles que partiram, independentemente das circunstâncias, apenas retornaram à pátria espiritual, onde teremos a oportunidade de reencontrá-los novamente.

Para muitos, mesmo conscientes da vida após a vida, o medo da morte guarda uma estreita relação com a consciência culposa. Devido às iniquidades praticadas, 60% da humanidade regressa em uma situação difícil, pois os desvios morais atingem tanto o corpo físico como o espiritual, necessitando de um processo de recuperação bastante doloroso no plano espiritual. Em nosso planeta existem, sete planos evolutivos superpostos, habitados por espíritos conforme a densidade moral. Os espíritos encarnados ficam no terceiro plano, a crosta planetária, sendo os demais locais destinados para os que deixaram o corpo físico. Os primeiros dois planos se situam no interior da Terra, sendo o segundo, a região das trevas, próximo à superfície e o primeiro, abaixo desse, a região dos abismos. Esses primeiros dois planos são habitados por seres recalcitrantes no mal e violentos. Necessitam permanecer um longo tempo nessas zonas de sofrimento, até despertarem e decidirem evoluir. Felizmente, a maioria dos homens, quando regressa para o plano espiritual, permanece em uma zona de transição, imediatamente acima da superfície terrestre conhecida como Umbral (Nosso Lar, André Luiz e Chico Xavier), onde eliminam as energias negativas trazidas da Terra. Após concluída essa depuração, esses espíritos são resgatados e permanecem nas cidades organizadas do além, até obterem uma nova oportunidade reencarnatória. Existem ainda três planos superiores ao Umbral, destinados aos espíritos que conseguiram superar as suas limitações morais (As sete esferas da Terra, Mário Frigéri). Assim, é importante que, esclarecidos acerca da transitoriedade do mundo material, possamos nos conscientizar sobre as nossas responsabilidades e praticar todo bem possível. Temos todas as condições de trabalharmos de modo que o nosso regresso esteja livre do estresse que ainda acomete a maior parcela da população humana durante o seu regresso à pátria espiritual.

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

 

 

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