Antonio Dumit Neto

Antonio Lara

 

A morte é dura, rude, mas é uma realidade. Quando ela chega, o mais valente, o mais audacioso, teme. Embora sendo uma dura realidade ela seja necessária, pois se fossemos imortais certamente não teríamos motivações para viver, para criar, para sonhar, para evoluir, realizar até mesmo para amar. Se ela não fosse uma realidade o nosso mundo não teria mais espaço para poder circular e tudo se transformaria numa grande rotina, onde a grande força dos sentimentos não teria lugar à criatividade e muito menos a disposição de construir, de ascender e de sempre continuar lutando em busca de novas conquistas e de espaços novos, mais amplos e mais legais.

Embora a morte seja tão importante como a vida, pois sem ela a vida não teria de fato sentido, nós, seres vivos, a queremos mais longe de nós quanto for possível. Emocionamos-nos e até às vezes nos desesperamos quando ela chega para um de nós. E quantas são as formas, os meios que ela, morte, usa para nos levar deste mundo material, para separar para sempre daqueles que nos são caros. Eu particularmente, sorrio, aplaudo, quando uma nova vida surge, mas quase sempre choro, me emociono, fico triste, quando vejo ou fico sabendo que alguém partiu para sempre, e mais triste ainda quando nem tempo teve para se despedir, para dizer adeus. Adeus eu disse no último domingo, ao meu estimado amigo, Dr. Antonio Dumit Neto. Foi muito difícil, mas…

É meu amigo Dr. Dumit, teu corpo cansado de sofrimento, descansa, mas acredito que você ainda vive, e que você ainda existe.

Sei que muito não creem como eu, mas sinto pena deles! Seria tão bom se todos tivessem o consolo e a certeza da fé. “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim ainda que esteja morto viverá” (Jo 11,25).

A vida é uma passagem por esta terra, Dr. Dumit. Passagem de preparação para um grande encontro. Mas muito se esquecem disso! Tem gente que ainda pensa morreu, tudo acabou. Não apenas começou.

É amigo Dr. Dumit, há um encontro sim.

Desde o inicio do mundo o Supremo Criador sabe a nossa hora. Nós ainda somos filhos, regressando de uma grande viagem, tomara que o nosso retorno desta viagem, seja um encontro feliz! E que todos como você, amigo tragam em suas mãos, boa obras.

A morte é tão misteriosa amigo. Onde está você?… Sinto que  você ainda vive e que me ouve.

Porque as flores todas enfeitam o cemitério, se os mortos não ressurgem? Mas Cristo disse: “Na verdade, vos digo que, se um grão de trigo caindo na terra, não morrer fica ele só, mas se morrer dá fruto” (Jô 12,24). Assim somos nós meu saudoso amigo. Você voltará um dia a terra, para que haja uma nova vida. Você partiu eu desconheço o meu dia.

É bom sentir alegria do encontro da paz e o amor tantas vezes buscados e às vezes negados pelos seres humanos.  Mas escute Dr. Dumit, as palavras amigas de Cristo: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei! (Mt. 11.28) “Tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo. (Mt. 25.34).

Ficam as minhas preces Dr. Dumit. Um dia nos encontraremos como você encontrara a sua amada, a professora Sonia. Até breve, Dr. Antonio Dumit Neto.

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Anthonio Lara, articulista; [email protected]   

 

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