Violência (I) Freud

A violência social deve ser vista como sintoma de uma sociedade doente. Ela não nasce do nada, ao contrário, tem suas origens na própria sociedade. Freud diz:

“Se uma cultura não foi além do ponto em que a satisfação de uma parte de seus participantes depende da opressão da outra parte, é compreensível que as pessoas assim oprimidas desenvolvam uma íntima hostilidade para com sua cultura, cuja existência elas tornam possível pelo seu trabalho, mas de cuja riqueza elas não possuem mais do que uma cota mínima (…). Não é preciso dizer que uma civilização que deixa insatisfeito um número tão grande de seus participantes e os impulsiona à revolta não tem nem mesmo a perspectiva de uma existência duradoura.” (O Futuro de uma Ilusão, 1927)

 Há que se distinguir agressividade de violência. A agressividade é um componente das pulsões e faz parte da vida. Necessitamos dela para a proteção, caça, sexo, etc., portanto preserva a espécie. A violência é o excesso a isso, quando a agressividade perdeu sua função fundamental de preservação e ganha outros significados como o domínio de um ser ao outro, expressões de poder, demonstração de força. Ela aparece como um meio para se atingir um fim exterior a si, e se caracteriza por romper com o pacto social chegando às vezes às vias jurídicas.

 

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“As massas nunca tiveram sede de verdade. Elas querem ilusões e não vivem sem elas”. (Sigmund Freud)

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Ele declara seu amor, já ficamos juntos duas vezes por 15 dias cada. Combinamos em tudo maravilhosamente bem, mas ele também fica com outras. Como o conheci via site de relacionamento, ele tem uma fonte inesgotável de oportunidades principalmente para homens. Sendo mulher e tendo 60 anos fico em desvantagem. Dou um ultimato? Tenho medo de sofrer, pois o adoro! Mas desse jeito também sofro. Não sei o que fazer.

Maria.

 

A mudança de paradigmas que nossa sociedade sofreu com a globalização não comporta o raciocínio do tipo “sou mulher estou em desvantagem”. É verdade que em sua idade é mais difícil assimilar tais transformações que além de velozes são qualitativamente diferentes. Assim como homens não se sentem mais obrigados a “se apresentar” quando a mulher lhe abre caminho, a mulher também partiu para a conquista, antes exclusivamente do homem. Quero dizer que seu raciocínio se baseia em valores certo/errado, isso é coisa de homem aquilo de mulher. Aí você se sente mesmo em desvantagem. É preciso que reveja seus conceitos.

Com posicionamentos respondendo à moral pré-globalização não conseguirá sustentar um relacionamento tipo ficante, característico de uma nova ordem social cujos compromissos não possuem o rigor que você demanda. Se ambas as opções lhe causam sofrimento, só lhe cabe optar qual pretende encarar, com toda a responsabilidade que tem com seu desejo.

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